CHINA EM FOCO

China apoia protagonismo do Brasil no BRICS

Principal diplomata chinês, Wang Yi, conversa com Celso Amorim sobre parceria estratégica sino-brasileira; Itamaraty anuncia novo negociador-chefe do BRICS

China apoia protagonismo do Brasil no BRICS.Celso Amorim e Wang Yi no lançamento do grupo Amigos pela Paz, na sede da ONU, em Nova York, nos EUA, em 27 de setembro de 2024.Créditos: Xinhua
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Em 2025, o Brasil desempenha um papel central no BRICS como presidente rotativo do bloco, e a parceria com a China reforça sua relevância geopolítica e econômica.

Na quarta-feira (22), o chanceler chinês Wang Yi conversou por telefone com Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, destacando o compromisso de Pequim em apoiar a liderança brasileira no fortalecimento da cooperação entre os membros do BRICS.

Wang, principal diplomata da China e integrante do Comitê Central do Bureau Político do Partido Comunista da China (PCCh), onde exerce o cargo de diretor do Escritório de Assuntos Externos, relembrou a visita de Estado de Xi Jinping ao Brasil em novembro de 2024.

Durante a visita, Brasil e China consolidaram importantes consensos e traçaram um plano estratégico para o desenvolvimento conjunto. Esses resultados não apenas estreitaram a relação bilateral, mas também impulsionaram as iniciativas do BRICS sob a presidência brasileira.

Celso Amorim reafirmou o compromisso do Brasil em acelerar a implementação dos acordos firmados durante a visita de Xi Jinping. Para Amorim, o fortalecimento da parceria estratégica entre Brasil e China é essencial para a construção de um mundo mais justo e sustentável.

Ampliação do BRICS e desafios globais

O BRICS vive um momento de expansão, com novos países demonstrando interesse em integrar o bloco, o que reflete seu crescente peso político e econômico.

Wang Yi destacou o apoio da China ao Brasil no fortalecimento da cooperação ampliada do BRICS, ressaltando o papel do bloco na promoção de um desenvolvimento inclusivo e sustentável, em contraposição às divisões geopolíticas.

Sob a presidência brasileira, o BRICS busca se firmar como um pilar de estabilidade e desenvolvimento em meio a um cenário global marcado por tensões políticas e desafios econômicos. A coordenação entre Brasil e China não só fortalece o bloco, mas também sinaliza a construção de alternativas ao modelo tradicional de governança global, priorizando inclusão, sustentabilidade e paz.

Em apoio à presidência brasileira no BRICS, o governo designou nesta quarta-feira o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio como negociador-chefe (sherpa) do Brasil, substituindo o embaixador Eduardo Paes Saboia.

Lyrio também ocupa a função de sherpa brasileiro no G20 e será responsável por coordenar uma ampla agenda de reuniões técnicas e ministeriais ao longo do ano, culminando na cúpula de líderes do bloco.

Leia aqui a íntegra da nota oficial do Itamaraty

COP30 e Fórum China-CELAC

Outro ponto central na agenda brasileira para 2025 é a organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), em Belém. Wang Yi manifestou apoio ao evento, reconhecendo a importância de unir esforços globais no combate à crise climática.

Amorim também enfatizou a relevância do Fórum China-CELAC, que completa 10 anos em 2025. Para o Brasil, o fórum representa uma oportunidade de fortalecer a cooperação entre a China e os países da América Latina e do Caribe, consolidando uma agenda de igualdade e benefício mútuo, livre de interferências externas.

Crise na Ucrânia e o papel do Sul Global

A parceria entre Brasil e China também se reflete na busca por soluções pacíficas para a crise na Ucrânia. O "Consenso de Seis Pontos", proposto por ambos os países, busca reunir o Sul Global em torno de uma abordagem diplomática para promover negociações de paz.

LEIA TAMBÉM: Brasil e China querem cúpula pela paz na Ucrânia com participação da Rússia

Wang Yi destacou a importância do grupo "Amigos da Paz", uma iniciativa conjunta entre Brasil e China, que tem como objetivo reunir nações comprometidas com uma solução negociada para o conflito.

Celso Amorim reforçou que o momento é ideal para ampliar o papel do grupo, criando condições favoráveis para o diálogo e a estabilidade global.

Com a liderança brasileira no BRICS e iniciativas estratégicas em múltiplos campos, a parceria entre Brasil e China se consolida como um pilar para o fortalecimento de uma governança global mais inclusiva e equilibrada.

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