CHINA EM FOCO

China presta contas à ONU e fortalece liderança para enfrentar crise climática

Com redução de emissões e exportação de tecnologias limpas, potência asiática envia relatórios ao mecanismo das Nações Unidas que acompanha avanços para mitigar emergência do clima

China presta contas à ONU e fortalece liderança para enfrentar crise climática.Com redução de emissões e exportação de tecnologias limpas, potência asiática envia relatórios ao mecanismo das Nações Unidas que acompanha avanços para mitigar emergência do clima.Créditos: Fotomontagem (Xinhua)
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A China submeteu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, da sigla em inglês) o primeiro relatório bienal de transparência e o quarto relatório bienal de atualização.

Os dois documentos foram enviados pelo governo chinês à UNFCCC em dezembro do ano passado e publicados nesta quinta-feira (16). Ambos destacam os progressos do país asiático em mitigar os efeitos das mudanças climáticas, incluindo redução de emissões e implementação de políticas sustentáveis.

Durante a coletiva regular desta quinta do Ministério das Relações Exteriores em Pequim, o porta-voz Guo Jiakun ressaltou que a mudança climática é um grande desafio global. 

“A China dá grande importância à resposta climática e foi um dos primeiros países a se tornar parte da UNFCCC e a assinar e ratificar o Acordo de Paris”, destacou.

Guo comentou que os dois relatórios recentemente submetidos pela China refletem sua transparência e profissionalismo na troca de informações e destacam diversas dimensões das políticas, medidas, resultados e experiências da China na governança climática.

“Os dois relatórios mostram a determinação e as ações da China em responder ativamente às mudanças climáticas e participar profundamente da governança climática global”, observou o porta-voz.

A China nunca deixou de promover o desenvolvimento verde, frisou Guo. Ele sublinhou que a mudança climática exige uma resposta global. 

“A China está pronta para trabalhar com todas as partes para defender o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, praticar o verdadeiro multilateralismo e promover o desenvolvimento verde para proteger o planeta azul que todos nós chamamos de lar”, afirmou.

China e a crise climática

Os relatórios da China enviados à UNFCCC, informa Gao, mencionam que, em 2021, as emissões de CO2 por unidade do PIB caíram 50,9% em comparação com 2005 (o ano-base das contribuições nacionalmente determinadas). 

Como mostram os dados públicos, cita o porta-voz, no final de 2023, a capacidade instalada de energia renovável da China superou, pela primeira vez na história, a capacidade de energia térmica. 

“A China nunca desistiu de promover a transição global para um modelo de baixo carbono. Somente em 2023, os produtos de energia eólica e fotovoltaica exportados pela China ajudaram países relevantes a reduzir 810 milhões de toneladas de CO2”, encerrou.

Quarto Relatório Bienal de Atualização

Em seu Quarto Relatório Bienal de Atualização sobre Mudanças Climáticas enviado à UNFCCC, a China destaca conquistas significativas no combate à crise climática. 

O documento enfatiza avanços em mitigação de emissões, políticas de transição energética e contribuição global para um futuro de baixo carbono.

Entre os destaques, está a redução de 50,8% nas emissões de CO2 por unidade do PIB em 2021 em comparação a 2005, superando metas nacionais estabelecidas. 

Pela primeira vez na história, a capacidade instalada de energia renovável no país ultrapassou a de energia térmica. 

Produtos eólicos e fotovoltaicos exportados pela China em 2023 ajudaram outros países a evitar a emissão de 810 milhões de toneladas de CO2.

Principais Conquistas e Metas

Energia renovável

  • A hidrelétrica evitou 960 milhões de toneladas de CO2 com geração de 1.339 TWh.
     
  • A energia eólica reduziu 670 milhões de toneladas de emissões, com 328 GW de capacidade instalada.
     
  • A energia solar contribuiu com uma redução de 330 milhões de toneladas de CO2.
     
  • A energia nuclear acrescentou 53 GW de capacidade instalada, evitando 360 milhões de toneladas de emissões.

Políticas climáticas

  • O plano nacional prevê uma redução de 13,5% no consumo de energia por unidade do PIB até 2025 e que a capacidade instalada de energia eólica e solar ultrapasse 1.200 GW até 2030.
     
  • Estratégias como o "Guia para o Pico de Carbono e Neutralidade de Carbono" têm sido implementadas para direcionar a transição verde.

Monitoramento e governança

  • Mais de 93 sistemas de monitoramento online foram instalados em setores como energia térmica e mineração.
     
  • Um sistema nacional de comércio de carbono foi desenvolvido para gerenciar alocações de emissões, transações e análise de dados.

Colaboração internacional

  • A China fortaleceu parcerias globais, promovendo projetos de baixo carbono e oferecendo suporte técnico e financeiro a países em desenvolvimento.

Compromisso Global

O relatório reafirma o compromisso da China com o Acordo de Paris, adotando o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2060 continua sendo um pilar central das políticas climáticas do país.

Ao compartilhar resultados e estratégias, a China busca consolidar sua posição como líder global na transição para um futuro sustentável, promovendo desenvolvimento verde e incentivando esforços multilaterais para proteger o planeta.

Leia aqui o Quarto Relatório Bienal de Atualização (em inglês)

Primeiro Relatório Bienal de Transparência

Pela primeira vez, a China submeteu seu Relatório Bienal de Transparência sobre Mudanças Climáticas à UNFCCC. O documento destaca sua transparência e compromisso com o Acordo de Paris. 

O texto detalha as ações da potência asiátivca para mitigar as mudanças climáticas, incluindo a redução de emissões, adaptação climática e avanços em políticas de desenvolvimento sustentável.

Em 2021, as emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE) da China totalizaram cerca de 12.999 MtCO2eq, incluindo remoções de 1.315 MtCO2eq por mudanças no uso da terra e florestas. 

Comparado a 2020, houve um aumento de 4,3%, impulsionado por setores como energia e processos industriais.

Avanços na Gestão de Emissões

  • O setor de energia foi o maior emissor, com destaque para a produção de eletricidade e calor a partir de combustíveis sólidos, contribuindo com 27,8% das emissões totais.
     
  • O setor de florestas removeu mais de 1.315 MtCO2eq, evidenciando o impacto positivo das políticas de reflorestamento.

Políticas e Iniciativas de Mitigação

  • A China implementou métodos avançados de cálculo de emissões, incluindo o uso de fatores de emissão específicos para o país.
     
  • A infraestrutura de monitoramento foi ampliada com mais de 93 sistemas online, cobrindo setores-chave como energia, agricultura e resíduos.

Contribuições Globais

  • Exportações de tecnologia de energia renovável contribuíram para a redução de emissões globais, destacando o papel da China como fornecedora de soluções verdes.

Adaptação e Cooperação Internacional

  • O relatório detalha ações para aumentar a resiliência climática, priorizando estratégias locais e cooperação internacional para adaptação às mudanças climáticas.

O relatório reafirma a posição da China como líder global na governança climática, destacando seu compromisso com a redução de emissões e a promoção de soluções sustentáveis. Essas ações refletem um modelo integrado de desenvolvimento verde e compromisso com a neutralidade de carbono até 2060.

Leia aqui o Primeiro Relatório Bienal de Transparência (em inglês).

 

 

 

 

 

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