Um artigo do Global Times publicado nesta quinta-feira (11) destaca um novo conceito de relações entre China e Índia, dois parceiros estrategicos do Brasil nos Brics e as futuras duas maiores economias do mundo.
Como já bem destacado aqui nesta coluna por Iara Vidal, China e Índia não são aliadas naturais e possuem discordâncias territoriais entre si na região do Himalaia por acordos coloniais feitos entre o Raj Britânico e o ilegítimo governo do Tibete no século XIX.
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Nos anos 1960, houve guerra em tal fronteira. Em anos recentes, escaramuças não armadas com paus e pedras foram feitas entre os países. Mas nada além disso. Agora, a meta é a paz.
Em um encontro realizado nesta quarta-feira (10), intelectuais de ambos os países prorpuseram a solução 'Chindia' para equilibrar as potências e tentar criar uma lógica de coexistência pacífica e duradoura entre os países.
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Uma das bases seria a filosofia e o caráter milenar de ambas as civilizações, consideradas berços da humanidade, e o passado compartilhado de sofrimento com o colonialismo e o Reino Unido - o Raj Britânico do lado indiano e as Guerras do Ópio do lado chinês.
A aproximação entre duas potências seria a consolidação de uma nova lógica econômica e política na Ásia, combinando a maior economia do mundo em poder de paridade de compra com a potência emergente que mais deve crescer nos próximos anos.
"Os povos chinês e indiano devem construir conjuntamente uma nova civilização global e dar as suas próprias contribuições únicas, nas quais haverá inevitavelmente uma posição importante para a cultura chinesa e a cultura indiana", disse Qiu Yonghui, vice-diretora, especialista-chefe e professor do Centro de Estudos do Sul da Ásia da Universidade de Sichuan, em entrevista ao Global Times.
A Índia possui algumas parcerias com EUA, mas também é conectada aos Brics e nesta semana o premiê indiano, Narendra Modi, foi a Moscou para conversar com Vladimir Putin. Uma parceria mais próxima entre Modiji e Xi Jinping facilitará o desenvolvimento da economia na região e o florescimento da paz.
"Como duas civilizações antigas, os intercâmbios interpessoais entre a China e a Índia desempenharam um papel vital na difusão da civilização e da cultura", disse ela.
“Quando estamos numa situação difícil, os intercâmbios entre os nossos povos não devem ser interrompidos, mas sim melhorados em todos os aspectos, como cultura, desporto, investigação académica e grupos de reflexão”, sugeriu Qiu.