O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, cumpre agenda oficial em sua visita à China nesta semana. Nesta quarta-feira (5), em reunião com representantes da biofarmacêutica chinesa Sinovac, foi divulgado investimento de 100 milhões de dólares (505 milhões de reais) no desenvolvimento de terapia celular e produção local de vacinas e anticorpos monoclonais no Brasil.
Alckmin divulgou o anúncio pelas redes sociais.
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Parceria Sinovac e Fiocruz
Além disso, Sinovac e a brasileira Fiocruz divulgaram a intenção de cooperar na pesquisa e desenvolvimento de vacinas para o combate a crises sanitárias. O vice-presidente celebrou a parceria e lembrou que, anteriormente, a gigante chinesa já havia colaborado com o Brasil, mais especificamente o Instituto Butatan.
“Eu tomei Coronavac”, afirmou o vice-presidente, citando o imunizante que ajudou a salvar milhares de brasileiros na pandemia de Covid-19. “A ciência ajuda o mundo e temos que avançar ainda mais, temos que trabalhar juntos, por isso saúdo a disposição da Sinovac de investir no Brasil”.
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As duas empresas iniciam tratativas para fortalecer conjuntamente seus papéis como representantes oficiais de Brasil e China, de modo a tornar o acesso aos imunizantes mais equitativos em território brasileiro.
Durante assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), que ocorreu em Genebra em maio deste ano, os ministérios da saúde do BRICS reafirmaram compromisso com esta importante iniciativa para a saúde global.
Na pandemia de Covid-19, a Sinovac forneceu a Coronavac para o governo federal brasileiro. Na ocasião, 110 milhões de doses foram ministradas no país. Além do Brasil, a farmacêutica chinesa forneceu cerca de 3 bilhões de vacinas para 80 países.
Fórum empresarial
O encontro com representantes da Sinovac ocorreu às margens do Seminário Empresarial Brasil-China: os próximos 50 anos. Alckmin abriu o evento e destacou que o presidente Lula vê a China como parceiro estratégico e preferencial do Brasil.
“Vamos trabalhar ainda mais para aprimorar a nossa parceria, mas quero dizer especialmente às empresárias e empresários brasileiros que estamos juntos, com o propósito da prosperidade, do combate à pobreza, da criação de emprego e do desenvolvimento. Tenho certeza que teremos, com o talento e o espírito público, e a capacidade de empreender dos empresários brasileiros e dos empresários chineses, ferramentas para podermos alcançar o bem comum”, discursou Alckmin.
O vice-presidente também enfatizou a importância de que as exportações do Brasil para a China, ainda concentrada em commodities, seja complementada com produtos e serviços de maior valor agregado. Segundo ele, é importante que os dois países explorem as complementariedades econômicas no relacionamento bilateral.
O vice-ministro de Comércio da China, Wang Shouwen, afirmou que seu país sempre coloca o Brasil como prioridade diplomática. Em sua declaração, afirmou que seu país apoia firmemente o trabalho do Brasil, citando o G20, o apoio ao multilateralismo e à rede de comércio e serviços do Brics. “A nossa cooperação está cada vez mais promovendo desenvolvimento de alta qualidade”.
A presidenta do China Council for International Investment Promotion, Ma Xiouhong, em sua fala, listou setores como os de economia digital, economia de baixo carbono, biotecnologia e desenvolvimento verde entre as áreas nas quais a parceria entre os dois países pode ser fortalecida.
Representantes dos dois países também veem amplo potencial em políticas de estado brasileiras como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Novo PAC.
O seminário empresarial Brasil-China: os próximos 50 anos reuniu mais de 400 empresários de ambos os países e foi realizado pela ApexBrasil, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Vice-Presidência do Brasil, Conselho Chinês para Promoção de investimento Internacional (CCIIP) e Ministério do Comércio da China (Mofcom), com apoio do Conselho Empresarial Brasil-China, China-Brazil Business Council e Confederação Nacional da Indústria.
Relação sino-brasileira se intensificou nas últimas décadas
Este ano de 2024 marca o quinquagésimo aniversário das relações entre os dois países. No evento, representantes governamentais e empresários dos dois países destacaram a importância da parceria estratégica Brasil-China e descreveram oportunidades de negócios para os dois países desenvolverem nos próximos anos.
Embora completem 50 anos em 2024, foi nas últimas duas décadas que a relação econômica Brasil-China realmente decolou. A corrente de comércio bilateral saltou de US$ 6,6 bilhões em 2003, primeiro ano do primeiro mandato do presidente Lula, para US$ 175 bilhões em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula.
No ano passado, o superávit comercial do Brasil com a China, que desde 2009 é o principal destino das exportações brasileiras, foi de US$ 51,1 bilhões, mais que a metade do superávit de US$ 98 bilhões que o Brasil registrou em 2023.