CHINA EM FOCO

China responde acusações das Filipinas: "devem parar de fazer provocações e infringir a soberania"

Conflito entre marinhas em região de Nansha Qundao reaqueceu acusações entre Pequim e Manila

Porta-voz chinesa se pronunciou sobre questão Filipinas-ChinaCréditos: MFa
Escrito en GLOBAL el

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China Mao Ning comentou o recente conflito ocorrido entre China e Filipinas no Mar do Sul da China.

Na última segunda-feira (18), ocorreu um confronto entre a Marinha das Filipinas e a Guarda Costeira da China nas proximidades do Recife Second Thomas, no Mar do Sul da China.

O recife também é chamado de Buhanginan ng Ayungin pelos filipinos, de Bãi Có Mây pelos vietnamitas e Ren'ai Jiao pelos chineses.

Houve uma troca de agressão entre as duas forças militares, que disputam a soberania pela zona marítima que circunda o recife, chamada de Ilhas Spratly ou Nansha Qundao, como dizem os chineses.

"Os méritos das disputas marítimas entre a China e as Filipinas são muito claros. Já falamos sobre o que realmente aconteceu e qual é a nossa posição muitas vezes. As Filipinas—se realmente agirem de acordo com o direito internacional—devem, antes de tudo, observar os tratados que definem seu território, incluindo o Tratado de Paz de 1898 entre os Estados Unidos da América e o Reino da Espanha. Nossa mensagem para as Filipinas é muito clara: parem de infringir os direitos da China e fazer provocações, e parem de enganar o mundo", afirmou Mao Ning.

"A China declarou o que realmente aconteceu e deixou clara sua posição sobre a intrusão ilegal de embarcações filipinas nas águas adjacentes de Ren’ai Jiao. Ren’ai Jiao faz parte de Nansha Qundao, território chinês. As Filipinas devem parar de fazer provocações e infringir a soberania da China, retornar ao caminho correto de resolver adequadamente as diferenças marítimas através de negociação e consulta o mais rápido possível, e trabalhar com a China para manter a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China", completou a porta-voz.

As Filipinas acusam a China de roubo e dano a seus equipamentos, incluindo armas e botes infláveis. A China afirmou que sua guarda costeira agiu de maneira "profissional e contida" e culpou Manila pelo incidente.

O presidente filipino Ferdinand Marcos Jr. declarou que seu país não será "intimidado ou oprimido por ninguém", mas também não tem planos de instigar uma guerra. Este confronto é o mais recente em uma série de escaladas entre navios chineses e filipinos, apoiados pelos EUA.

O conflito pelas ilhas Spratly

O recife de Second Thomas ou Ren'ai Jiao é um dos territórios das Ilhas Spratly ou Nansha Qundao, um ponto de conflito que envolve várias nações do Sudeste Asiático, incluindo China, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei, todas reivindicando partes ou a totalidade do arquipélago.

Situadas no Mar do Sul da China, as Ilhas Spratly são estrategicamente importantes e potencialmente ricas em recursos naturais, como petróleo e gás. A disputa é marcada por construções de instalações militares, explorações econômicas e confrontos diplomáticos.

A China reivindica a maior parte da área com base em mapas históricos e tem realizado atividades de construção em várias ilhas e recifes, o que gerou tensão com outros países, especialmente as Filipinas.

Até o momento, a situação segue em disputa em tribunais internacionais e é um dos principais pontos de conflito entre Ocidente e Pequim.