CHINA EM FOCO

China quer conduzir relações com o Brasil para novo patamar

Principal diplomata chinês, Wang Yi, se reúne com chanceler brasileiro, Mauro Vieira, na Rússia, durante reunião de ministros das Relações Exteriores do BRICS

Créditos: Xinhua - Wang Yi, chanceler chinês, e Mauro Vieira, do Brasil, se reúnem na Rússia
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Os ministros das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e do Brasil, Mauro Vieira, se reuniram nesta nesta segunda-feira (10) em um encontro paralelo à reunião de chanceleres que integram o BRICS e que foi encerrada nesta terça-feira (11) na cidade russa de Nizhny Novgorod.

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Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), observou que este ano marca o 50º aniversário dos laços diplomáticos China-Brasil, um ano significativo para o desenvolvimento das relações bilaterais.

De acordo com Wang, ambos os lados devem aproveitar a importância estratégica do relacionamento China-Brasil, aumentar sua natureza mutuamente benéfica e destacar sua abrangência.

Ele indicou que ambos os lados devem trabalhar juntos para construir uma comunidade China-Brasil com um futuro compartilhado, promover um maior alinhamento das estratégias de desenvolvimento dos dois países e enviar uma expectativa positiva para o desenvolvimento saudável e estável das relações China-Brasil.

"A China sempre priorizou o Brasil em sua diplomacia e está disposta a trabalhar com o Brasil para resumir sistematicamente as experiências bem-sucedidas do último meio século e elevar a parceria estratégica abrangente a um novo patamar", declarou Wang.

O chanceler chinês acrescentou que isso está em conformidade com os desejos dos dois povos e com as expectativas da comunidade internacional, além de contribuir para a paz e o desenvolvimento globais.

Plataformas de cooperação

A China valoriza a influência significante do Brasil na região da América Latina e está disposta a promover conjuntamente a cooperação entre a China, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e o Mercado Comum do Sul, enfatizou Wang.

Segundo o diplomata chinês, à medida que o Fórum China-América Latina se aproxima de seu 10º aniversário, mostrando uma tendência de avanço abrangente, ambos os lados podem trabalhar juntos para iniciar uma década ainda mais frutífera para o fórum.

Wang afirmou ainda que a China e o Brasil, como grandes países em desenvolvimento, precisam ter vozes justas, equilibradas e construtivas sobre questões de foco internacionais. Recentemente, os dois países emitiram, em conjunto, seis entendimentos comuns sobre a solução política da questão da Ucrânia, o que ganhou compreensão e reconhecimento de um número cada vez maior de países.

Ressaltando que este ano marca o ano inaugural da "maior cooperação do BRICS", Wang disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para promover ativamente a cooperação do bloco para permitir que o mecanismo desempenhe um maior papel na governança global e na proteção dos interesses dos países em desenvolvimento.

Visita de Alckmin à China

Vieira observou a recente visita bem-sucedida do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, à China e a sétima reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

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Ele também destacou que o Brasil valoriza muito seu relacionamento com a China, está pronto para se envolver estreitamente em intercâmbios de alto nível com a China, fortalecer a cooperação em vários campos, incluindo o comércio e a economia, e definir um novo posicionamento para as relações bilaterais para abrir novas perspectivas para os próximos 50 anos.

"O Brasil aprecia o papel ativo da China na promoção da cooperação do BRICS, valoriza a influência da China nos assuntos internacionais e apoia as importantes iniciativas propostas pela China", assinalou Vieira.

O chanceler brasileiro sublinhou que o Brasil e a China compartilham posições semelhantes em muitas questões e que a declaração conjunta sobre os seis entendimentos comuns sobre a solução política da questão da Ucrânia é de importância significativa.

O Itamaraty compartilhou o registro do encontro pelas redes sociais.

Brasil na presidência do G20

Conforme Vieira, o Brasil está disposto a continuar fortalecendo a cooperação com a China em plataformas multilaterais, como as Nações Unidas, o G20 e o BRICS.

Observando que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita firmemente que o diálogo e a cooperação entre a China e a CELAC são de grande significado, Vieira enfatizou que o Fórum China-América Latina é uma plataforma benéfica e que o Brasil está disposto a trabalhar com a China para organizar as atividades do fórum e promover seu novo desenvolvimento.

Os dois lados também trocaram opiniões sobre a situação em Gaza e outras questões de interesse comum.