Durante sua visita à China na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acionou uma metralhadora de acusações contra o país que o recebia. A diplomacia chinesa reagiu com firmeza e refutou todas as ilações.
Em Pequim, durante uma entrevista concedida à CNN, Blinken acusou a China de estar fazendo "tentativas de influenciar e possivelmente interferir" nas eleições de 2024 nos Estados Unidos.
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"Vimos, em termos gerais, evidências de tentativas de influenciar e possivelmente interferir, e queremos garantir que isso seja interrompido o mais rapidamente possível. Qualquer interferência da China em nossas eleições é algo que estamos analisando muito cuidadosamente e é totalmente inaceitável para nós, então eu queria garantir que eles ouvissem essa mensagem novamente", afirmou Blinken.
Nesta segunda-feira (29), durante coletiva regular de imprensa em Pequim, Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, respondeu a essa acusação do secretário de Estado dos EUA.
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Lin ressaltou que a não interferência nos assuntos internos de outros países é um princípio básico da diplomacia da China e que a eleição presidencial dos EUA é um assunto interno dos EUA.
"Nunca tivemos interesse e não interferiremos de forma alguma na eleição. No entanto, rejeitamos veementemente qualquer tentativa de criar uma questão envolvendo a China e prejudicar os interesses da China com propósitos eleitorais. Os Estados Unidos precisam parar com a paranoia e a perseguição de sombras, parar de atacar a China para desviar a atenção e atribuir a culpa, e contribuir para um relacionamento estável entre China e Estados Unidos e o bem-estar de nossos dois povos", rebateu Lin.
Guerra da Ucrânia
Outra declaração afrontosa de Blinken em uma coletiva de imprensa em Pequim foi acusar a China de fornecer produtos de dupla utilização à Rússia e apoiar o complexo militar-industrial russo. O secretário ameaçou que caso essa relação não cesse, os EUA vão tomar medidas.
Na coletiva de imprensa desta segunda, Lin respondeu às ilações de Blinken com firmeza. Ele disse que a China já deixou clara sua posição sobre esse tema em várias oportunidades.
"Deixe-me reiterar que a China não é nem uma criadora da crise da Ucrânia nem uma parte dela. Nunca fizemos nada para intensificar a situação ou buscar ganhos com a crise. A posição da China é transparente e acima do mar. Em suma, estamos empenhados em promover negociações para a paz e buscar uma solução política para a crise", afirmou o porta-voz.
Lin foi ainda mais claro e ressaltou que o direito da China ao comércio normal e às trocas econômicas com os países do mundo, incluindo a Rússia, com base na igualdade e no benefício mútuo, não deve ser interferido ou perturbado.
"Os EUA continuam a fornecer munições na Ucrânia, enquanto culpam nosso comércio normal com a Rússia. É bastante claro quem está alimentando a chama e agravando a crise", rebateu.
O porta-voz comentou ainda que os direitos e interesses legítimos e legais da China não devem ser violados.
"Instamos os EUA a parar de difamar, pressionar e fazer da China um bode expiatório, parar de perseguir empresas chinesas com sanções unilaterais ilícitas e começar a fazer um esforço real para desempenhar um papel construtivo para o fim precoce da crise", finalizou.