CHINA EM FOCO

China refuta acusação dos EUA de interferência nas eleições de novembro

Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez uma série de acusações contra Pequim durante visita ao país asiático, incluindo fornecer produtos de dupla utilização à Rússia e apoiar o complexo militar-industrial russo

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Durante sua visita à China na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acionou uma metralhadora de acusações contra o país que o recebia. A diplomacia chinesa reagiu com firmeza e refutou todas as ilações.

Em Pequim, durante uma entrevista concedida à CNN, Blinken acusou a China de estar fazendo "tentativas de influenciar e possivelmente interferir" nas eleições de 2024 nos Estados Unidos.

"Vimos, em termos gerais, evidências de tentativas de influenciar e possivelmente interferir, e queremos garantir que isso seja interrompido o mais rapidamente possível. Qualquer interferência da China em nossas eleições é algo que estamos analisando muito cuidadosamente e é totalmente inaceitável para nós, então eu queria garantir que eles ouvissem essa mensagem novamente", afirmou Blinken.

Nesta segunda-feira (29), durante coletiva regular de imprensa em Pequim, Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, respondeu a essa acusação do secretário de Estado dos EUA.

Lin ressaltou que a não interferência nos assuntos internos de outros países é um princípio básico da diplomacia da China e que a  eleição presidencial dos EUA é um assunto interno dos EUA.

"Nunca tivemos interesse e não interferiremos de forma alguma na eleição. No entanto, rejeitamos veementemente qualquer tentativa de criar uma questão envolvendo a China e prejudicar os interesses da China com propósitos eleitorais. Os Estados Unidos precisam parar com a paranoia e a perseguição de sombras, parar de atacar a China para desviar a atenção e atribuir a culpa, e contribuir para um relacionamento estável entre China e Estados Unidos e o bem-estar de nossos dois povos", rebateu Lin.

Guerra da Ucrânia

Outra declaração afrontosa de Blinken em uma coletiva de imprensa em Pequim foi acusar a China de fornecer produtos de dupla utilização à Rússia e apoiar o complexo militar-industrial russo. O secretário ameaçou que caso essa relação não cesse, os EUA vão tomar medidas.

Na coletiva de imprensa desta segunda, Lin respondeu às ilações de Blinken com firmeza. Ele disse que a China já deixou clara sua posição sobre esse tema em várias oportunidades.

"Deixe-me reiterar que a China não é nem uma criadora da crise da Ucrânia nem uma parte dela. Nunca fizemos nada para intensificar a situação ou buscar ganhos com a crise. A posição da China é transparente e acima do mar. Em suma, estamos empenhados em promover negociações para a paz e buscar uma solução política para a crise", afirmou o porta-voz.

Lin foi ainda mais claro e ressaltou que o direito da China ao comércio normal e às trocas econômicas com os países do mundo, incluindo a Rússia, com base na igualdade e no benefício mútuo, não deve ser interferido ou perturbado.

"Os EUA continuam a fornecer munições na Ucrânia, enquanto culpam nosso comércio normal com a Rússia. É bastante claro quem está alimentando a chama e agravando a crise", rebateu.

O porta-voz comentou ainda que os direitos e interesses legítimos e legais da China não devem ser violados.

"Instamos os EUA a parar de difamar, pressionar e fazer da China um bode expiatório, parar de perseguir empresas chinesas com sanções unilaterais ilícitas e começar a fazer um esforço real para desempenhar um papel construtivo para o fim precoce da crise", finalizou.