O embaixador da China na Organização das Nações Unidas (ONU) Dai Bing pediu máxima contenção para evitar uma nova escalada do conflito no Oriente Médio.
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Dai contextualizou que o ataque do último sábado (13) do Irã contra Israel foi em resposta ao ataque israelense em 1 de Abril, quando o complexo diplomático do Irã na Síria foi alvo de um ataque aéreo atribuído a Israel que fez várias vítimas e graves danos nas instalações.
O ataque de abril respondido pelo Irã foi uma violação grave da Carta da ONU e do direito internacional, violando a soberania síria e iraniana, com implicações extremamente negativas, disse Dai.
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O encarregado de negócios interino da Missão Permanente da República Popular da China nas Nações Unidas participou neste domingo (14) da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a Situação no Oriente Médio.
Ele destacou que a situação atual é a mais recente repercussão do conflito em Gaza.
"Serve como mais um lembrete de que a questão palestina continua a ser central para a questão do Oriente Médio e tem influência na paz, na estabilidade e na segurança a longo prazo na região. Se permitirmos que as chamas do conflito de Gaza continuem a arder, então as repercussões adversas deverão se alastrar ainda mais, tornando a região ainda mais instável", alertou.
Contenção e calma
A escalada dos acontecimentos ocorridos no sábado causou "profunda preocupação" por parte da China, disse ele, acrescentando que o governo chinês apela a "todas as partes envolvidas para exercerem a máxima contenção e calma, resolverem diferenças e disputas de acordo com a Carta da ONU e direito internacional e evitar uma nova escalada."
"Recentemente, o secretário-geral António Guterres nos informou sobre a escalada ocorrida em 13 de abril, sobre a qual a China manifesta profunda preocupação. Também observamos que o Irã declarou que sua ação militar foi em resposta à agressão de Israel contra suas instalações diplomáticas e o assunto pode ser considerado concluído", disse.
A China apela às partes relevantes para que exerçam a máxima calma e moderação e resolvam suas diferenças e disputas de acordo com os propósitos da Carta das Nações Unidas e do direito internacional para evitar novas escaladas, afirmou o diplomata.
Repercussão de Gaza
Os países e povos do Oriente Médio não desejam nem podem permitir-se um conflito ou uma guerra maiores. Portanto, não deverá haver mais atrasos na implementação da Resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU e o conflito deve terminar agora, apelou.
"Não há alternativa à plena implementação da solução de dois Estados, a única forma de acabar de uma vez por todas com o círculo vicioso do conflito israelo-palestino. A China apela à comunidade internacional, especialmente aos países com influência, para que desempenhem um papel construtivo para a paz e a estabilidade da região", disse
Confira a fala na íntegra
Observações do Embaixador Dai Bing, Encarregado de Negócios interino da Missão Permanente da República Popular da China nas Nações Unidas, na Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Situação no Oriente Médio, 14 de abril de 2024.
"Senhora Presidenta,
Agradeço ao Secretário-Geral António Guterres pelo seu briefing. Estou ansioso para ouvir as declarações dos representantes permanentes do Irã, de Israel e da Síria sobre a evolução da situação.
Desde o início do conflito em Gaza, a comunidade internacional lamentou a catástrofe humanitária inaceitável em Gaza e fez fortes exigências por um cessar-fogo imediato para acabar com as hostilidades. Também expressou sérias preocupações sobre como um conflito prolongado poderia intensificar as tensões na região, com graves efeitos secundários agravados.
Em 1º de abril, as instalações diplomáticas do Irã na Síria foram atacadas por ataques aéreos, resultando na perda de vários funcionários iranianos e na destruição severa das instalações. Isso constitui uma grave violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, além de ser uma violação da soberania tanto da Síria quanto do Irã. O ataque é extremamente cruel.
Recentemente, o Secretário-Geral António Guterres nos informou sobre a escalada ocorrida em 13 de abril, sobre a qual a China manifesta profunda preocupação. Também observamos que o Irã declarou que sua ação militar foi em resposta à agressão de Israel contra suas instalações diplomáticas e o assunto pode ser considerado concluído.
A China apela às partes relevantes para que exerçam a máxima calma e moderação e resolvam suas diferenças e disputas de acordo com os propósitos da Carta das Nações Unidas e do direito internacional para evitar novas escaladas.
Senhora Presidenta,
A situação atual é a mais recente repercussão do conflito em Gaza. Serve como mais um lembrete de que a questão palestina continua a ser central para a questão do Oriente Médio e tem influência na paz, na estabilidade e na segurança a longo prazo na região. Se permitirmos que as chamas do conflito de Gaza continuem a arder, então as repercussões adversas deverão se alastrar ainda mais, tornando a região ainda mais instável.
Os países e povos do Oriente Médio não desejam nem podem permitir-se um conflito ou uma guerra maiores. Portanto, não deverá haver mais atrasos na implementação da Resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU e o conflito deve terminar agora.
Em última análise, não há alternativa à plena implementação da solução de dois Estados, a única forma de acabar de uma vez por todas com o círculo vicioso do conflito israelo-palestino. A China apela à comunidade internacional, especialmente aos países com influência, para que desempenhem um papel construtivo para a paz e a estabilidade da região.
Obrigado, Senhora Presidenta."