CHINA EM FOCO

China reafirma posição de não interferência ao comentar golpe cancelado na Coreia do Sul

Pequim reforça orientação para que cidadãos chineses em território sul-coreano tomem precauções extras de segurança

China não interfere em assuntos internos de outros países.Bandeiras da China e da Coreia do Sul emulam uma parede pintada.Créditos: Shutterstock
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O golpe cancelado na Coreia do Sul foi um dos principais assuntos mundo afora nesta terça-feira (3). A China, por meio de sua embaixada em Seul, capital sul-coreana, alertou os cidadãos chineses no país para manterem a calma, acompanharem as mudanças na situação política, aumentarem a consciência sobre segurança.

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Durante coletiva regular de imprensa do Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (4), o porta-voz Lin Jian respondeu a questionamento de diversos veículos de imprensa sobre a situação da Coreia do Sul.

"A China tomou nota dos eventos relevantes e não comentará sobre os assuntos internos da República da Coreia (ROK). A China pediu aos seus cidadãos na ROK que tomem precauções extras de segurança. Esperamos que a ROK tome medidas eficazes para proteger a segurança e a integridade dos cidadãos e instituições chinesas no país", afirmou.

Lian também destacou que a posição da China sobre a questão da península coreana permanece inalterada.

Posição da China sobre a península coreana

O posicionamento oficial da China em relação à península da Coreia é consistente com seus interesses estratégicos e sua política de estabilidade regional.

A China busca equilibrar suas relações com as duas Coreias (Coreia do Norte e Coreia do Sul), priorizando a segurança e a estabilidade regional. Os principais pontos da posição oficial da China são os seguintes:

1. Manutenção da Estabilidade Regional

A China considera a estabilidade da península coreana essencial para sua própria segurança nacional. Por isso, é contrária a qualquer ação que possa levar a um conflito ou desestabilização, como exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e EUA ou testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.

2. Desnuclearização da Península

A China apoia uma península livre de armas nucleares e defende o diálogo como solução para o desarmamento nuclear. A posição oficial é de que as negociações multilaterais, como as Conversações de Seis Partes (envolvendo China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, EUA, Japão e Rússia), são a melhor maneira de resolver a questão nuclear.

3. Diálogo e diplomacia

A China acredita que o diálogo pacífico é a única maneira viável de resolver disputas entre as Coreias e evitar uma escalada militar. Por isso, Pequim frequentemente atua como mediador, incentivando as negociações entre Pyongyang e Seul, além de entre Pyongyang e Washington.

4. Reunificação pacífica

Embora a China reconheça que a península da Coreia está dividida entre dois estados soberanos, ela apoia uma possível reunificação pacífica entre Norte e Sul, sem interferência externa.

5. Oposição à interferência externa

Pequim se opõe a intervenções externas que possam exacerbar tensões na península, particularmente o envolvimento dos Estados Unidos. A China vê a presença militar dos EUA na Coreia do Sul e a implantação do sistema de defesa antimísseis THAAD como uma ameaça à sua segurança.

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6. Relações econômicas e políticas com as duas Coreias

Coreia do Norte: A China mantém uma relação de aliança histórica e é o maior parceiro comercial e fornecedor de ajuda humanitária ao regime norte-coreano. Contudo, Pequim frequentemente pressiona Pyongyang a abandonar seu programa nuclear, mesmo impondo sanções quando necessário, em alinhamento parcial com as resoluções da ONU.

Coreia do Sul: A China também tem relações econômicas significativas com a Coreia do Sul, sendo um dos maiores parceiros comerciais do país. No entanto, as tensões podem aumentar devido à presença militar dos EUA e ao alinhamento de Seul com Washington em questões regionais.

7. Neutralidade em golpes ou crises Políticas

Pequim evita tomar posição em crises políticas internas da Coreia do Sul, como golpes ou disputas políticas, mantendo o princípio de não-interferência em assuntos internos de outros países.

Essa política reflete o desejo da China de ser um ator influente na região, garantindo seus próprios interesses estratégicos e econômicos enquanto busca evitar conflitos nas proximidades de suas fronteiras.

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