O Departamento de Estado dos EUA aprovou, na última sexta-feira (29/11), um novo pacote de US$ 385 milhões em auxílio militar e em peças de reposição para jatos F-16 (o Fighting Falcon, jato polivalente e altamente manobrável, um dos modelos mais famosos do mundo), além de tecnologias de radar, para Taiwan, numa clara provocação à China.
As hostilidades entre EUA e China, especialmente diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, têm intensificado o auxílio dos norte-americanos a Taiwan — que, apesar de não gozarem de laços diplomáticos formais com o território, são seu maior financiador internacional —, o que envia "um sinal errado" e prejudica as relações entre as duas potências, como afirmou, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China.
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A China também fez, no último final de semana, um alerta para os EUA: pediu que não cruzassem a "linha vermelha" numa disputa que não é sua.
O líder taiwanês, Lai-Ching-te, havia partido para o Havaí no sábado (30/11), numa visita formal ao seu "aliado no Pacífico", conforme noticiou a CNN.
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No domingo (1/12), a China afirmou que haveria contramedidas à venda de armamentos norte-americanas a Taiwan, e disse se opor à visita de Lai Ching-te ao território americano.
A primeira transferência de auxílio militar feita pelos EUA ao território taiwanês, em agosto de 2023, foi parte de um pacote de financiamento estrangeiro do Departamento de Estado norte-americano, usualmente direcionado a nações soberanas.
O auxílio, parte de um pacote total de US$ 80 milhões de dólares, foi descrito como uma medida de fortalecimento das "capacidades de autodefesa" de Taiwan, e fortemente desaprovado pela China, que apontou para a formação de uma instabilidade nas relações no Estreito de Taiwan.
Em abril de 2024, um novo pacote foi aprovado, agora de US$ 95 bilhões, destinado ao apoio militar da Ucrânia, de Israel e de Taiwan. A porção do orçamento destinada a Taiwan foi de US$ 8,12 bilhões.
Através dessas vendas de armamentos, os EUA "interferem em assuntos domésticos e minam a paz em nome da chamada 'salvaguarda da paz e promoção da estabilidade', o que tem sido muito óbvio para a comunidade internacional", disse o porta-voz do Ministério de Defesa Nacional chinês, Wu Qian, conforme noticiado pelo CGTN nesta segunda-feira (2/12).
A questão taiwanesa foi a base das relações políticas entre China e os Estados Unidos: em 1979, ao estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China, os EUA reconheceram o governo de Pequim como o único governo legítimo da China, bem como a política e a doutrina de governo do país: "Uma só China".