O presidente da China, Xi Jinping, enviou mensagem de congratulações a Donald Trump pela eleição como próximo presidente dos Estados Unidos nesta quinta-feira (7), dois dias depois da vitória do republicano.
Xi destacou que a história mostra que China e Estados Unidos têm a ganhar com a cooperação e a perder com a confrontação.
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"Um relacionamento entre China e EUA com desenvolvimento estável, saudável e sustentável serve aos interesses comuns dos dois países e atende às expectativas da comunidade internacional. Espera-se que ambas as partes, nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para ambos, intensifiquem o diálogo e a comunicação, administrem adequadamente as diferenças, ampliem a cooperação mutuamente benéfica e encontrem o caminho certo para que China e Estados Unidos convivam na nova era, em benefício dos dois países e do mundo", escreveu.
No mesmo dia, o vice-presidente chinês,Han Zheng, enviou uma mensagem de felicitações a J.D. Vance pela eleição como vice-presidente dos EUA.
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Nesta quarta-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores da China, por meio de declaração da porta-voz Mao Ning durante coletiva regular de imprensa, fez um comentário oficial sobre a vitória de Trump.
Na fala, a diplomacia chinesa afirmou que a política da China em relação aos EUA é consistente, e o país continuará a lidar com as relações sino-estadunidenses com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo.
Historicamente, Xi Jinping tem demorado para enviar mensagens de congratulações aos presidentes eleitos dos EUA, conforme padrões diplomáticos chineses.
Em 2020, após a vitória de Joe Biden, Xi enviou seus cumprimentos 18 dias depois, enfatizando a importância de um desenvolvimento estável e saudável nas relações China-EUA, guiado por princípios de respeito mútuo e cooperação.
Em 2016, com a primeira eleição de Trump, Xi foi mais rápido, enviando a mensagem quatro dias após a vitória. Na ocasião, Xi destacou a responsabilidade conjunta das duas maiores economias globais em promover a paz e a estabilidade, reiterando o compromisso com a cooperação mútua e o respeito nas relações bilaterais.
Expectativas para a relação Pequim e Washington
A volta de Trump à presidência dos EUA intensifica as preocupações da China com o aumento das tensões comerciais e de segurança.
Durante sua campanha, o presidente eleito prometeu tarifas de até 60% sobre produtos chineses e ameaçou retirar o status de nação mais favorecida da China, além de sugerir sanções ao México e à China pelo suposto fluxo de fentanil para os EUA. Essas medidas podem impactar a economia chinesa, já fragilizada, forçando o país a reforçar alianças com parceiros alternativos.
Enquanto o governo chinês mantém sua postura oficial de buscar respeito mútuo e cooperação, especialistas alertam que as políticas de Trump podem agravar a guerra comercial, impulsionando a China a investir em autossuficiência e fortalecer laços com a Rússia e países emergentes.
A vitória de Trump também causou instabilidade nos mercados asiáticos, com quedas no yuan e nas bolsas de valores da China. Além disso, declarações de Trump sobre Taiwan geram temores de um possível aumento nas tensões regionais, caso ele amplie o apoio militar dos EUA à ilha.
No campo tecnológico, a expectativa é que Trump intensifique as restrições a empresas chinesas, pressionando Pequim a reduzir sua dependência de tecnologias americanas. Em resposta, a China deve reforçar sua posição em áreas onde os EUA possam recuar, consolidando parcerias com o Sul Global e explorando oportunidades de liderança global.