Pequim reagiu ao Relatório de Estratégia Industrial de Defesa Nacional (NDIS, da sigla em inglês) apresentado pelo Pentágono que anuncia o desenvolvimento de um "ecossistema industrial de defesa" no Indo-Pacífico.
"A primeira Estratégia Industrial de Defesa Nacional do DoD ajudará a garantir a construção do moderno ecossistema industrial de defesa e de inovação necessário para defender a América, nossos aliados e parceiros, e nossos interesses no século 21", diz o relatório.
O relatório foi divulgado na quinta-feira (12). A proposta de Washington é colaboração com países da região Indo-Pacífica para estabelecer uma base industrial estadunidense de defesa robusta.
Em resposta, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou nesta sexta-feira (12) durante coletiva de imprensa regular em Pequim, que os Estados Unidos, como a maior potência militar do mundo e com os maiores gastos militares, deveriam usar sua capacidade para estabelecer e defender a paz.
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"Como a maior potência militar do mundo e com os maiores gastos militares, os Estados Unidos não têm capacidade para iniciar guerras, mas sim para estabelecer e defender a paz. A paz e o desenvolvimento são objetivos compartilhados pelos países da Ásia-Pacífico. Os EUA precisam respeitar o chamado desses países, realizar mais ações que promovam a paz e a estabilidade, e evitar introduzir confrontos, conflitos e instabilidades na região da Ásia-Pacífico."
Prioridades estratégicas e inspiração na Ucrânia
O relatório do Pentágono destaca a necessidade de se preparar para possíveis conflitos futuros na região, inspirando-se na experiência do conflito na Ucrânia, e ressalta a importância de não esperar por situações emergenciais para reforçar a cooperação entre os EUA e seus aliados indo-pacíficos.
O documento NDIS reconhece vulnerabilidades na indústria de defesa estadunidense e sugere medidas como diversificação de fornecedores e aumento de tecnologia compartilhada com aliados. Também recomenda reforçar salvaguardas contra investimentos estratégicos chineses.
- Desenvolvimento de cadeias de suprimento resilientes para produção segura e eficiente de produtos, serviços e tecnologias.
- Ênfase na importância de uma força de trabalho diversificada, representativa da América e qualificada.
- Aquisição flexível para equilibrar eficiência, manutenibilidade, customização e padronização em plataformas de defesa.
- Objetivos de reduzir tempos de desenvolvimento, custos e aumentar a escalabilidade com aquisição flexível.
- Promoção de mecanismos de mercado justos e eficazes para apoiar um ecossistema industrial de defesa resiliente entre os EUA e seus aliados.
- Uso da dissuasão econômica para gerar temor de acesso reduzido aos mercados, tecnologias e inovações dos EUA, dissuadindo potenciais agressores.
Leia aqui o documento completo
Aliança militar do Indo-Pacífico
O documento do Pentágono é um sinalizador das costuras geopolíticas na região do Indo-Pacífico, que não tem uma aliança militar única semelhante à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os principais três principais aliados dos EUA no Indo-Pacífico são Japão, Austrália e Reino Unido, que compreendem o Diálogo de Segurança Quadrilátero (Austrália, Índia, Japão e EUA) e o AUKUS (Austrália-Reino Unido-EUA), os dois mais importantes acordos de segurança multilareral no Indo-Pacífico.
A Índia é um parceiro de segurança às vezes distante. Todos os quatro estão engajados na luta para moldar o futuro do Indo-Pacífico.