A inflação, o aumento das tensões geopolíticas e a pandemia da Covid-19 contribuíram para as previsões reduzidas para a região da Ásia-Pacífico. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou as previsões de crescimento para a região para 4% neste ano e 4,3%no ano que vem, em 0,9 e 0,8 pontos percentuais, respectivamente, em relação às previsões de abril.
No entanto, observadores dizem que a região continua sendo um ponto relativamente brilhante em uma economia global cada vez mais fraca. Durante a 29ª Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Bangkok, na Tailândia, o presidente chinês, Xi Jinping, expressou confiança na vitalidade econômica da região, chamando-a de "o cinturão de crescimento mais dinâmico".
Ao enfrentar as dificuldades e obstáculos atuais, Xi propôs três caminhos de desenvolvimento, incluindo "desenvolvimento pacífico", "abertura e inclusão" e "solidariedade" em um discurso escrito na cúpula.
"Mais do que qualquer outra coisa, nós, chineses, esperamos ver paz e estabilidade", afirmou o presidente chinês.
A Ásia-Pacífico não é o quintal de ninguém e não deve se tornar uma arena para disputas de grandes potências, enfatizou. "Nenhuma tentativa de travar uma nova Guerra Fria jamais será permitida pelo povo ou por nossos tempos", disse ele, enquanto instava uma cooperação regional inclusiva e ganha-ganha com uma visão de longo alcance.
Xi pede modernização econômica regional
Lar de 2,9 bilhões de pessoas, ou quase 40% da população mundial, as 21 economias da Apec respondem por cerca de metade do comércio global e mais de 60% do produto interno bruto (PIB) mundial. Diante de novos desenvolvimentos, os membros da Apec precisam aproveitar as experiências e lições passadas, responder aos desafios da época e promover com firmeza a integração econômica regional da Ásia-Pacífico, disse Xi.
Ele destacou a importância de cadeias industriais e de suprimentos "estáveis ??e desimpedidas" e descartou as tentativas de interromper ou "mesmo desmantelar" as cadeias formadas na região ao longo de muitos anos. Isso só levará a cooperação econômica da Ásia-Pacífico a um beco sem saída, observou.
O presidente chinês reiterou a ideia de "abertura", dizendo que "fechar a porta" só pode deixar um para trás. Ele também enfatizou a conectividade de alto padrão. "A China aumentará ativamente a complementaridade entre a Iniciativa do Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento de outras partes para construir em conjunto uma rede de conectividade Ásia-Pacífico de alta qualidade", declarou.
Xi enfatiza o compromisso da China com o desenvolvimento da Ásia-Pacífico
Como membro da Ásia-Pacífico, a China busca compartilhar os ganhos de desenvolvimento com outros países da região. Xi disse que o país está comprometido em promover a construção de uma comunidade da Ásia-Pacífico com um futuro compartilhado e prometeu assumir mais responsabilidades no aumento da estabilidade e prosperidade regional.
O presidente chinês prometeu um novo caminho para manter a harmonia entre a humanidade e a natureza na busca da modernização chinesa. "A China está entre os países com a redução mais rápida da intensidade energética do mundo", observou Xi. Ele também enfatizou a esperança de um mundo pacífico.
"Estaremos firmemente do lado certo da história. Continuaremos comprometidos com a paz, o desenvolvimento, a cooperação e a entrega de benefícios mútuos. Vamos nos esforçar para salvaguardar a paz e o desenvolvimento mundial à medida que buscamos nosso próprio desenvolvimento e faremos uma contribuição maior para a paz mundial e o desenvolvimento através do nosso próprio desenvolvimento."
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional em 2023
Xi também anunciou que Pequim considera a realização do terceiro Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional no próximo ano para dar um novo impulso ao desenvolvimento e prosperidade na Ásia-Pacífico e no resto do mundo.
A China continuará compartilhando suas oportunidades de desenvolvimento com o mundo, particularmente com a região da Ásia-Pacífico, disse ele.
Covid-19: Guangzhou planeja adicionar mais de 240 mil leitos em hospitais de campanha e zonas de quarentena
A cidade de Guangzhou, na província de Guangdong, no sul da China, planeja adicionar mais de 240 mil leitos em hospitais de campanha ??e zonas de quarentena centralizadas para se preparar para a acomodação de pacientes com Covid-19, já que registrou mais de 46 mil casos desde novembro.
A medida foi anunciada pelo porta-voz do governo municipal de Guangzhou, Wang Bosen, nesta quinta-feira (17). Ele afirmou que a cidade concluiu 67.399 leitos até agora e tem feito todos os esforços para acelerar a construção de hospitais de campanha ??e zonas de quarentena centralizadas com um plano para construir um total de 246.407 leitos.
De acordo com a comissão local de saúde, Guangzhou relatou 8.761 casos de Cvod-19 na quarta-feira (16) e 16 deles foram detectados em nível comunitário, elevando o número total de infecções desde novembro para mais de 46 mil.
Autoridades de Guangzhou disseram que o distrito de Haizhu da cidade se tornou o epicentro do surto, com 8.582 casos encontrados no distrito na quarta-feira (16). Cerca de 95.300 residentes em Haizhu foram transferidos para zonas de quarentena centralizadas.
As cadeias de transmissão da comunidade não foram completamente bloqueadas, disseram autoridades de Haizhu, que acrescentaram que o distrito tem acelerado os testes de Covid e a construção de hospitais improvisados ??e instalações de quarentena para transferência rápida de pacientes e contatos próximos.
Segundo a comissão de saúde local, existem 6.006 casos em hospitais até quarta-feira (16) e dois casos comuns se transformaram em casos graves e críticos, que são idosos com várias doenças subjacentes graves. As condições dos dois casos são estáveis ??no momento.
Comércio exterior da China no quarto trimestre permanecerá dentro de faixa razoável, diz ministério
O comércio exterior da China permanecerá "dentro de uma faixa razoável", apesar das expectativas de um ambiente externo ainda mais complexo e incerto no quarto trimestre deste ano. A informação foi divulgada pelo Ministério do Comércio do país nesta quinta-feira (17)
Em linha com a tendência geral global, a taxa de crescimento mensal de importações e exportações da China desacelerou nos últimos meses devido a fatores como enfraquecimento da demanda externa, geopolítica e surtos esporádicos de Covid-19, disse a porta-voz do Ministério do Comércio, Shu Jueting.
Shu afirmou que nos próximos três meses do ano, espera-se que o ambiente externo se torne mais complexo e severo, pois os fatores que causam incerteza e instabilidade estão aumentando. Ela acrescentou que a demanda externa insuficiente tornou-se um desafio importante.
Como as políticas da China para estabilizar o comércio exterior continuam em vigor e com o aumento significativo no número de voos internacionais, o comércio exterior no quarto trimestre permanecerá dentro de uma faixa razoável, observou.
Nos primeiros 10 meses deste ano, as exportações da China aumentaram 13%, enquanto as importações aumentaram 5,2% ano a ano, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas.
Durante o mesmo período, o investimento estrangeiro direto na parte continental da China, em uso real, aumentou 17,4% ano a ano em termos de dólares americanos.
Cooperação ganha-ganha: líderes da indústria pedem cooperação global no setor de chips
A China pede um desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e inclusivo da indústria global de chips. Esses princípios constam da Iniciativa Hefei, lançada na quinta-feira (17), durante a cerimônia de abertura da Conferência Mundial sobre Circuitos Integrados (IC) 2022 em Hefei, capital de Anhui, província do leste do país.
A conferência é uma iniciativa do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação e é a primeira conferência desse tipo realizada em nível nacional.
Líderes da indústria de empresas nacionais e internacionais, incluindo Qualcomm, Intel e Tsinghua Unigroup, reuniram-se para discutir a importância da cooperação para o desenvolvimento saudável da indústria global de IC.
"Cooperação para Ganhar-Ganha" é o tema da conferência deste ano e o consenso de muitos líderes da indústria.
"À medida que o mundo continua a se tornar mais conectado, mais inteligente e mais sustentável, não há dúvida de que precisamos de mais inovação em semicondutores para alimentar o crescimento econômico e transformar a sociedade para melhor", afirmou o presidente da Associação da Indústria de Semicondutores (SIA), Christiano R. Amon, que também é CEO da Qualcomm Incorporated.
Amon acrescentou que fóruns como o IC China continuarão a promover a cooperação industrial e políticas que garantam a inovação contínua de semicondutores e um ambiente tecnológico global estável.
O executivo afirmou que a Qualcomm está na China há quase três décadas e cultivou parcerias amplas e duradouras com operadoras de telecomunicações chinesas, fornecedores de infraestrutura de rede, fabricantes de dispositivos móveis e de computação, empresas de semicondutores, fornecedores de produtos de Internet e desenvolvedores de aplicativos no setor automotivo chinês. e indústrias de Internet das Coisas (IoT).
A China está empenhada em promover uma estreita cooperação na cadeia industrial global e na cadeia de suprimentos no setor de chips. Em 2020, o país emitiu uma série de políticas para promover o desenvolvimento de alta qualidade da indústria de IC e da indústria de software, e todas as políticas são as mesmas para empresas nacionais e estrangeiras.
Espera-se que o mercado global de semicondutores tenha mais um ano de crescimento de dois dígitos em 2022, atingindo US$ 633 bilhões, e deve expandir ainda mais para US$ 663 bilhões no próximo ano, de acordo com uma previsão de mercado mais recente da World Semiconductor Trade Statitiscs.
Mas, à medida que o setor mundial de semicondutores continua a se expandir, a concorrência aumentou nos últimos anos.
Alguns palestrantes da conferência alertam para a tendência de "isolamento" do setor e destacam a necessidade de cooperação para que toda a indústria se desenvolva no bom caminho.
"A indústria de IC exige que toda a cadeia industrial aloque recursos globalmente e participe da competição do mercado global", disse Wen Bing, copresidente do Tsinghua Unigroup, uma das maiores empresas de IC da China.
"Nenhum país pode ser dono de toda a cadeia da indústria. Portanto, acredito que a principal força motriz para o desenvolvimento sustentável, estável e saudável da indústria de IC é a alocação global de recursos e a cooperação aberta", acrescentou.
Zhu Yiming, presidente e CEO da CXMT, a primeira fabricante chinesa de chips de memória dinâmica de acesso aleatório (DRAM), localizada em Hefei, disse em seu discurso de abertura que alguma ação contra a tendência de globalização no setor de IC aumentará o custo, o que aumentar o preço dos produtos de chip e, finalmente, repassar o aumento de preço aos consumidores.
"É por isso que dizemos que a globalização é a tendência da história", acrescentou. "Embora agora tenhamos todos os tipos de problemas, temos que encorajar a cooperação ganha-ganha, especialmente por parte dos meus colegas empresários aqui. Precisamos seguir o caminho certo e promover a comercialização", disse Zhu.
A China, como parte indispensável da cadeia industrial global, está se desenvolvendo rapidamente no setor de IC nos últimos anos. No primeiro semestre de 2022, a receita de vendas da indústria de IC da China atingiu 476,35 bilhões de yuans (cerca de US$ 66,66 bilhões), um aumento de 16,1% em relação ao ano anterior, de acordo com a China Semiconductor Industry Association (CSIA).
Com informações da Xinhua, CGTN e Global Times