CHINA EM FOCO

China e Brasil: comércio bilateral bate recorde em 2023

Transações comerciais sino-brasileiras ultrapassou os 100 bilhões de dólares nos primeiros oito meses deste ano e há perspectivas de aprofundar ainda mais os laços entre os dois países

Créditos: Presidência da República (Ricardo Stuckert) - Presidente Lula recebe Li Xi, membro do Comitê Permanente do Politburo e Secretário da Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Comitê do PCCh em Brasília
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O comércio bilateral entre China e Brasil ultrapassou US$ 100 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, estabelecendo um novo recorde para o período, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil.

O membro do Comitê Permanente do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), Li Xi, durante encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada que integrou a agenda oficial ao país sul-americano entre os dias 18 e 22 deste mês, destacou os laços bilaterais sino-brasileiros.

A China está pronta para trabalhar com o Brasil para aprofundar a cooperação prática abrangente e promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

Cooperação frutífera

Após uma viagem de mais de um mês do Porto de Santos, no Brasil, um navio de carga carregado com 68 mil toneladas de milho brasileiro chegou em 7 de janeiro a um porto na província de Guangdong, no sul da China, marcando o primeiro lote de milho brasileiro importado em grande quantidade para a China.

A China se tornou um dos principais destinos das exportações de milho do Brasil. Somente em agosto, o Brasil exportou um recorde de 2,3 milhões de toneladas do produto para a China, elevando o total anual para 4,6 milhões de toneladas.

Além do milho brasileiro, produtos agrícolas como soja e carne bovina do Brasil também são populares entre os consumidores chineses.

Em 2022, o volume de comércio entre os dois países atingiu US$ 171,35 bilhões, com a China importando 54,4 milhões de toneladas de soja e 1,11 milhão de toneladas de carne bovina congelada do Brasil, o que representou 59,72% e 41% do total de suas importações, respectivamente, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas da China.

Novas áreas de cooperação

A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por 14 anos consecutivos, enquanto ambos os lados continuam explorando novas áreas de cooperação, como inovação científica e tecnológica.

No ano passado, durante a Exposição Internacional de Importação da China, o Brasil montou uma zona de exposição para inovação científica e tecnológica com 19 empresas brasileiras nos setores de veículos de energia nova, agricultura inteligente e redução de emissões de carbono.

Há ainda os investimentos da China em infraestrutura e projetos de interesse público têm beneficiado os brasileiros. Por exemplo, a State Grid Corporation of China, uma das principais empresas estatais de serviços públicos, investiu nos projetos de transmissão de energia Belo Monte, incluindo duas linhas de ultra-alta voltagem de 800 quilowatts que transmitem energia da usina hidrelétrica de Belo Monte no estado do Pará para grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

No início deste ano, os dois países também chegaram a um acordo que permite a China e o Brasil conduzirem suas enormes transações comerciais e financeiras diretamente, trocando renminbi por reais e vice-versa, em vez de usar o dólar dos EUA, o que se espera que impulsione ainda mais o comércio e o investimento bilaterais.

Amizade Brasil e China

Durante o encontro com Li, Lula destacou a amizade sino-brasileira

Brasil e China são bons amigos e parceiros, desfrutando de uma cooperação bilateral frutífera.

O alto funcionário chinês pediu que os dois países aproveitem suas conquistas passadas e avancem com uma confiança política mútua mais profunda, bem como apoio mútuo contínuo em questões relacionadas aos interesses centrais e preocupações principais de cada um.

Multilateralismo

Como os maiores países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental, respectivamente, China e Brasil também desempenham conjuntamente um papel importante no mundo turbulento de hoje.

De acordo com uma declaração conjunta divulgada em abril durante a visita de Lula à China, os dois países aplaudiram seu diálogo e coordenação em organizações internacionais e mecanismos multilaterais. Ambos vão continuar  a fortalecer as trocas em organizações multilaterais, como as Nações Unidas, a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, além de mecanismos multilaterais como o G20, Brics e países do Basic.

O mundo atual está repleto de volatilidade, portanto, é importante para os dois países promoverem os valores comuns de paz, desenvolvimento, justiça, democracia e liberdade de toda a humanidade, conforme consta na declaração conjunta.

Durante encontro com Lula, Li reiterou a disposição da China de fortalecer a coordenação com o Brasil dentro de mecanismos multilaterais como o Brics e o G20.

Lula prometeu fortalecer a cooperação com a China dentro de mecanismos multilaterais, a fim de enfrentar em conjunto desafios globais como pobreza, desigualdade, mudança climática, bem como conflitos e confrontos, e promover a paz, o desenvolvimento e a prosperidade mundiais.

Com informações da Xinhua

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