CHINA EM FOCO

Universíade de Chengdu: Na metade da competição, juventude brilha

31ª edição dos Jogos Mundiais Universitários da Federação Internacional de Esporte Universitário reúne mais de seis mil atletas em 18 modalidades, Brasil participa com 155 atletas em 11 modalidades

Créditos: CBDU - Delegação brasileira participa da abertura dos jogos
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Os Jogos Mundiais Universitários Chengdu-2021 chegaram à metade do caminho. A competição é a maior do segmento esportivo universitário do planeta, teve início no dia 28 de julho e reúne mais de seis mil atletas de 130 países, em 18 modalidades.

A 31ª edição dos Jogos Mundiais Universitários da Federação Internacional de Esporte Universitário (Fisu, da sigla em inglês), normalmente ocorre a cada dois anos, mas em razão da pandemia de Covid-19, esta edição precisou ser adiada em dois anos. Assim como aconteceu com a Olimpíada de Tóquio, o logo e o nome original do evento permaneceram o mesmo, sendo chamado de “Chengdu-2021”. O limite de idade também foi expandido como consequência do adiamento e passou a permitir a participação de atletas entre 18 e 27 anos.

A Universíade de Chengdu prossegue até 8 de agosto. A cidade-sede, capital da província de Sichuan, é uma metrópole no interior da China, conhecida como a capital dos pandas. Por isso, o mascote do evento é “Rongbao”, um panda gigante que carrega uma tocha. O logo do evento é uma letra “U”, de universidade, que reúne dois elementos chineses: o pássaro do sol dourado e a fênix.

Modalidades em disputa

Os Jogos Mundiais Universitários Chengdu-2021 reúnem 18 modalidades esportivas principais e 269 eventos, com a participação de 6.500 atletas. Das modalidades em disputa, 17 são olímpicas: atletismo, badminton, basquete, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, natação, pólo aquático, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, vôlei e wushu, único esporte que não integra o programa olímpico é o wushu, também conhecido como kung fu no Brasil.

Presença brasileira

A delegação do Brasil é formada por 155 atletas de 11 modalidades e só não tem atletas na esgrima, nas ginásticas, no remo e nos tiros. A modalidade que mais tem atletas é o atletismo, com a presença de 30 esportistas. Em seguida, vem a natação, com 29. Entre as modalidades coletivas, basquete e vôlei têm 23 atletas cada. O taekwondo tem 16 atletas; judô, 14 e o tênis de mesa, seis. Badminton, saltos ornamentais e wushu competem com quatro atletas, enquanto o tênis tem três.

Encontro de jovens do mundo

Muitos jovens atletas ao redor do mundo viram suas aspirações se tornarem realidade conforme a Universíade de Chengdu alcança sua metade, e seus sonhos não se limitam apenas à competição, mas também se concentram na amizade, compreensão mútua e amor.

O esporte serve como uma importante ponte para o intercâmbio cultural. Para os jovens atletas, o tempo em Chengdu está destinado a ser uma jornada inesquecível.

O presidente interino da Fisu , Leonz Eder, enfatizou que a Universíade não se trata apenas de esportes, mas também deve ser uma celebração da cultura e educação.

Xinhua - Cao Maoyuan, da China, durante a competição de Wushu Masculino Nanquan 

China lidera quadro de medalhas

Ao atingir a metade dos Jogos, os países asiáticos dominam o quadro de medalhas. Até 2 de agosto, a China lidera a lista com 36 medalhas de ouro, 12 de prata e 12 de bronze, seguida pela Coreia do Sul e Japão, com alguns países africanos também alcançando avanços em eventos específicos.

"A Universíade de Chengdu me proporciona um palco para mostrar o Wushu chinês, permitindo que mais pessoas o vejam e o compreendam", disse Cao Maoyuan, que conquistou a primeira medalha de ouro dos Jogos.

Xinhua - Wang Gukailai, Qin Haiyang, Zhang Yufei e Li Bingjie (da esquerda para a direita) da China posam no pódio após vencerem o revezamento misto 4x100 medley na natação 

Os nadadores chineses mostraram sua supremacia. Os campeões mundiais Qin Haiyang e Zhang Yufei não apenas garantiram medalhas de ouro, mas também quebraram recordes da Fisu em suas provas.

Competição bem organizada

Antes de chegar a Chengdu, o velocista Carlos Oliveira Morais de Cabo Verde treinou em um estádio construído pela China.

"As condições de treinamento eram precárias no passado. No entanto, as coisas mudaram depois que entrei na Universidade de Cabo Verde, onde a China ajudou a construir o novo estádio", explicou Oliveira.

Embora as competições sejam intensas, os incidentes inesperados são mitigados por rotinas bem praticadas, reduzindo o impacto para os atletas. Quando uma chuva repentina interrompeu a competição de tênis nesta quarta-feira (2), os organizadores prontamente adiaram as partidas e as transferiram para ambientes internos.

Xinhua - Sebestyen Kovacs da Hungria faz um saque durante sua partida de equipe masculina de tênis de mesa contra Hong Kong,

"É muito profissional e de alto nível, os locais e instalações aqui são incomparáveis", disse o jogador húngaro de tênis de mesa, Sebestyen Kovacs.

Presença da tecnologia

De acordo com o departamento de ciência e tecnologia de Chengdu, mais de 170 produtos de alta tecnologia foram implementados em mais de 30 locais.

Um "robô de treinamento" está chamando bastante atenção no Ginásio do Centro Esportivo da Zona de Alta Tecnologia de Chengdu. Com apenas um metro de altura, o robô exibe suas habilidades com um braço mecânico lançando uma bola de pingue-pongue para cima e outro braço habilmente movendo a raquete para acertar a bola na mesa.

"O robô pode ajudar os jogadores a melhorar suas habilidades de observação e antecipação para os saques do oponente. Ele permite que eles pratiquem tipos específicos de saques repetidamente, resultando em treinamentos mais direcionados e eficazes", comentou Li Pengfei, um treinador local de tênis de mesa sobre a importância do robô.

Xinhua - Elavenil Valarivan e Divyansh Singh Panwar da Índia, Zhang Yu e Song Buhan da China e Gavin Barnick e Mary Tucker (da esquerda para a direita) dos EUA posam após a final mista de tiro com rifle de ar de 10m

A atiradora indiana Valarivan Elavenil ficou visivelmente emocionada com um gesto inesperado, quando toda a plateia se uniu para cantar "Parabéns Pra Você" para ela na quarta-feira.

"Quase todos os voluntários e membros da equipe cantaram para mim. Foi incrivelmente reconfortante, e eu quero agradecer a todos", disse a jovem de 24 anos.

Atividades culturais

Com abundantes atividades culturais oferecidas na Vila da Universíade de Chengdu, os estudantes-atletas e os delegados têm a oportunidade de experimentar a cultura tradicional chinesa todos os dias.

Na entrada da feira cultural, o atleta brasileiro de taekwondo Lucas Krishna estava jogando xadrez chinês com um local, que ficou surpreso com sua habilidade.

Xinhua - Atleta brasileiro de taekwondo Lucas Krishna joga xadrez

Krishna revelou que seu pai, que fez um treinamento de três meses em xadrez chinês anos atrás em Hangzhou, ensinou-lhe o tradicional jogo chinês aos 10 anos, dois anos antes de começar o treinamento de taekwondo.

"Meu pai ama a China. As pessoas aqui são simpáticas", acrescentou Krishna.

Os adoráveis pandas, a apimentada hot pot de Sichuan e as performances mágicas de troca de máscaras exibem a cativante cultura chinesa, criando surpresas encantadoras para atletas e equipe.

"Estou inspirado por todos aqui, pela amabilidade e hospitalidade deles. As mascotes são tão fofas. Mal posso esperar para ver pandas de verdade e explorar Chengdu", disse Alfonso Duran Lanza, um nadador de Honduras. "