Delegados de nações-membro da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) elogiaram as contribuições da China para a segurança alimentar global e expressaram expectativa por uma colaboração mais estreita na luta contra a pobreza e pela erradicação da fome.
As declarações surgiram depois que Qu Dongyu, diretor-geral da FAO, foi reeleito no último domingo (2) durante a 43ª sessão da Conferência da FAO, o órgão governante máximo da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), sediada em Roma (Itália). Seu segundo mandato terá início em 1º de agosto de 2023 e terminará em 31 de julho de 2027.
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Espera-se que Qu, que foi eleito em junho de 2019 para liderar a agência da ONU e é o primeiro chinês a ocupar o cargo, intensifique ainda mais a cooperação da China com a FAO e seus países-membros nos próximos anos, afirmaram os delegados durante a sessão no domingo.
As iniciativas da China na erradicação da pobreza e na eliminação da fome têm impressionado bastante diversos delegados, incluindo Bassam Essam Rady Abdelhamid Rady, embaixador representante permanente do Egito na FAO.
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"Acredito que a China tem realizado um trabalho tremendo nos últimos anos e continuará progredindo, especialmente neste momento crítico que o mundo está testemunhando, após a crise da COVID-19 e a crise Rússia-Ucrânia", disse Rady.
Cooperação Sul-Sul
O Egito, um participante ativo no Programa de Cooperação Sul-Sul da FAO, aprecia o "papel importante e fundamental" da China nesse campo, destacou ele.
Desde o lançamento desse programa pela FAO, em 1996, a China tem se envolvido ativamente e desempenhado um papel de liderança muito importante na cooperação sul-sul, tendo doado 130 milhões de dólares dos EUA à FAO desde 2009, exclusivamente para cooperação sul-sul e triangular.
O governo chinês também tem fornecido considerável assistência técnica agrícola aos países em desenvolvimento. Até o momento, a China já enviou mais de mil especialistas e técnicos chineses, por meio da FAO, para a África, Ásia, Caribe e Pacífico Sul.
Nova Rota da Seda
O Egito também participa Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, da sigla em inglês), a Nova Rota da Seda, proposta pela China, alinhando a iniciativa aos projetos nacionais do governo egípcio nos portos marítimos e no Canal de Suez, observou Rady.
O representante egípcio comenta ainda que a colaboração não serve apenas aos interesses dos dois países, mas também aos interesses do mundo e de toda a humanidade, e é para o aperfeiçoamento do trabalho que a FAO está realizando.
Cooperação bilateral
O representante permanente de Bangladesh na FAO, Shameem Ahsan, observou que Bangladesh e China desfrutam de relações bilaterais extremamente cordiais e mantém uma colaboração multifacetada.
"E acredito que ambos os países podem se beneficiar imensamente colaborando e explorando até mesmo novas áreas de cooperação", completou Ahsan.
Durante a sessão, o ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian, reafirmou as responsabilidades internacionais do país como uma grande nação em desenvolvimento para a segurança alimentar global.
"A China irá praticar firmemente o multilateralismo e trabalhar com outros países para garantir a segurança alimentar global, erradicar a pobreza, alcançar a meta de zero fome e avançar para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030", garantiu Tang.
Reeleição de Qu Dongyu
Em uma votação dos países membros da FAO, Qu recebeu um total de 168 votos dos 182 depositados. Indicado pela China, ele foi o único candidato para a posição máxima da FAO na eleição deste domingo.
Desde que foi eleito para o cargo pela primeira vez, em 2019, Qu tem defendido uma ampla gama de reformas e iniciativas para reformular o modelo de negócios da organização, melhorando a eficiência e implementando as melhores práticas que apoiam a efetividade dos programas e da administração.
A transparência, visibilidade e reputação da FAO continuaram a aumentar nos últimos quatro anos, em meio a grandes desafios globais como a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e outros conflitos prolongados, recessões econômicas e a intensificação da crise climática.
Sem deixar ninguém para trás
Qu tem defendido fortemente a transformação dos sistemas agroalimentares para torná-los mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis, com o objetivo final de ajudar os membros a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e promover os Quatro Melhores: melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e uma vida melhor, sem deixar ninguém para trás.
Para isso, a FAO tem se concentrado em impulsionar a ciência e a inovação e lançou algumas iniciativas estratégicas importantes. O Fórum Mão na Mão, por exemplo, apoia a implementação de programas ambiciosos liderados nacionalmente para acelerar as transformações dos sistemas agroalimentares. Ela utiliza modelagem e análise geoespacial avançadas, além de parcerias robustas para aumentar a renda, melhorar o status nutricional e o bem-estar das populações pobres e vulneráveis, e fortalecer a resiliência às mudanças climáticas.
Na resposta a emergências e ações humanitárias, a FAO tem defendido um maior investimento na construção de resiliência a médio e longo prazo, proteção de meios de subsistência e redução do risco de desastres, ao lado das ações humanitárias, especialmente em contextos frágeis. Nesse sentido, a organização intensificou seu trabalho em prevenção e antecipação com o objetivo de abordar as causas fundamentais das crises alimentares.
Outro destaque do liderança de Qu foi a criação do Fórum Mundial da Alimentação (WFF, da sigla em inglês) em 2021. Nos últimos dois anos, o WFF identificou ideias poderosas, conhecimentos científicos e baseados em evidências, inovações, políticas e soluções, ao mesmo tempo em que forjou novas parcerias e oportunidades de investimento para transformar nossos sistemas agroalimentares.
O WFF continuará a expandir seu alcance em 2023 e estabelecerá uma conexão clara com o tema da ação climática, enquanto os eventos globais em outubro mais uma vez abrangerão três pilares: o Fórum Global da Juventude, o Fórum Mão na Mão da FAO e o Fórum de Ciência e Inovação da FAO.
Com informações da Xinhua e da FAO
A eleição ocorreu no segundo dia da Conferência da FAO (1º a 7 de julho).
FAO
Fundada em 1945 e sediada em Roma, Itália, a FAO é uma agência especializada da ONU que lidera a cooperação em alimentos e agricultura. A organização desempenha um papel vital nas trocas de políticas globais de alimentos e agricultura, estabelecimento de padrões, coleta de informações e estatísticas.