O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta quarta-feira (12) à China para uma das mais importantes visitas de Estado do início de seu terceiro mandato. A comitiva brasileira é formada por cinco governadores, oito senadores e 19 deputados federais e empresários. Dos 40 parlamentares convidados pelo Palácio do Planalto, 26 confirmaram presença.
A delegação oficial inclui os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).
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A programação inclui visitas oficiais, conversas bilaterais, e assinaturas de diversos acordos.
O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com aquele que é o principal parceiro comercial do país desde 2009. Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.
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Mesmo com o adiamento da visita do presidente Lula ao país asiático no fim de março por questões de saúde, parte da comitiva que havia viajado à China conseguiu importantes resultados, especialmente na agricultura e pecuária, como o fim do embargo à venda de carne bovina do Brasil para o país, obtido em tempo recorde, apenas 29 dias de suspensão.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que havia viajado para Pequim antes da comitiva presidencial, cumpriu parte da agenda inicialmente marcada, e trouxe os resultados para o presidente Lula em uma reunião no último dia 4 de abril. Segundo ele, as autoridades chinesas se mostraram receptivas em todos os encontros, e a ida da comitiva presidencial ao país poderá facilitar a assinatura de novos acordos.
Certificação digital
"Tratativas importantes que há muitos anos a gente sonhava devem se concretizar com a presença do presidente Lula na China", destacou o ministro após a reunião. Uma delas é a certificação digital, que deve tornar o trâmite de produtos mais rápido e confiável, diminuindo a burocracia para os exportadores brasileiros. O acordo que prevê a operação direta entre o real e o yuan, a moeda chinesa, sem necessidade de dolarização, também deve facilitar o comércio entre os dois países.
Outras áreas de destaque na pauta do evento incluem o turismo entre os dois países, e investimentos. Os programas brasileiros de combate à fome, de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável poderão ser vistos novamente como referência pelo governo chinês.
Cerca de 20 acordos bilaterais deverão ser assinados durante a visita. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.
Agenda de compromissos
Pela nova programação, a visita da comitiva brasileira à China começa no dia 13, próxima quinta-feira, em Xangai. Pela manhã, o presidente Lula irá participar da cerimônia de posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). À tarde, ele terá encontros com empresários, e à noite viajará para Pequim.
Na sexta-feira (14), a agenda oficial na capital chinesa inclui uma reunião pela manhã com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, no Grande Palácio do Povo. Depois, o presidente irá depositar flores em uma cerimônia na Praça da Paz Celestial.
À tarde, Lula se encontrará com lideranças sindicais e depois voltará ao Grande Palácio do Povo, onde se reunirá com o Primeiro-Ministro da China, Li Qiang, e depois será recebido em cerimônia oficial pelo presidente Xi Jinping. A programação terá um encontro aberto, uma cerimônia para assinatura de acordos bilaterais e depois um encontro bilateral fechado.
Depois disso, haverá uma cerimônia de troca de presentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial.
No retorno ao Brasil, o avião presidencial irá pousar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial no próximo sábado (15).
Relançamento das relações bilaterais
A visita faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro, que inclui as viagens já feitas à Argentina, onde também ocorreu a reunião da Celac, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além das reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro. Será também a primeira visita fora do hemisfério ocidental.
Esta será a terceira visita oficial do presidente brasileiro à China. A relação entre os dois países se estreitou - e a balança comercial passou a crescer de forma contínua e sustentada - desde 2004, com a primeira visita do presidente Lula a Pequim. A segunda vez foi em 2009.
Parceiros comerciais
O ano de 2023 é o cinquentenário do início das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras.
Em 2022, o produto brasileiro mais vendido para o mercado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja (22%) e o minério de ferro (21%).
O comércio com a China foi alavancado nos dois primeiros mandatos do presidente Lula. Em 2003, seu primeiro ano na presidência, as exportações para o mercado chinês somavam apenas US$ 4,5 bilhões e as importações, US$ 2,1 bilhões, um volume comercial de US$ 6,6 bilhões.
No último ano do segundo mandato, em 2010, as exportações tinham crescido 582%, para US$ 30,7 bilhões, as importações foram para US$ 25,6 (aumento de 1.100%), para um volume comercial de US$ 56,3 bilhões (crescimento de 753%).
Governadores
Jerônimo Rodrigues (PT), Bahia
Elmano de Freitas (PT), Ceará
Carlos Brandão (PSB), Maranhão
Helder Barbalho (MDB), Pará
Fátima Bezerra (PT), Rio Grande do Norte
Senadores
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Presidente do Senado Federal
Renan Calheiros (MDB-AL), Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
Eliziane Gama (PSD-GO), Líder do Bloco Parlamentar Resistência Democrática (PSD, PT e PSB)
Jaques Wagner (PT-BA), Líder do Governo no Senado Federal
Confúcio Moura (MDB-RO), Presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura
Augusta Brito (PT-CE), Comissão de Assuntos Econômicos
Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), Comissão de Assuntos Econômicos
Jussara Lima (PSD-PI), Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática
Deputados Federais
Júlio César (PSD-PI), Terceiro-Secretário da Mesa da Câmara dos Deputados
Fausto Pinato (PP-SP), Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China
Vander Loubet (PT-MS), Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China
Guttemberg Reis (MDB-RJ), Vice-Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China
Daniel Almeida (PCdoB-BA), Vice-Líder do Governo no Congresso Nacional
Maria Arraes (Solidariedade-PE), Vice-Líder do Governo na Câmara
Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Líder do PCdoB
Fábio Macedo (Podemos-MA), Líder do Podemos
Neto Carletto (PP-BA), Vice-Líder do PP
Pedro Campos (PSB-PE), Vice-Líder do PSB
Tabata Amaral (PSB-SP), Vice-Líder do PSB
André Janones (Avante-MG), Vice-líder do Avante
Bruno Farias (Avante-MG), Presidente da Comissão de Administração e Serviço Público
AJ Albuquerque (MDB/PE), Frente Parlamentar Brasil-China
Heitor Schuch (PSB-RS), Frente Parlamentar Brasil-China
Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional - FPSAN
Eduardo da Fonte (PP-PE), Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação
Lula da Fonte (PP-CE), Frente Parlamentar Parlamentar Mista da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável (FPAF)
Iza Arruda (MDB-PE), Frente Parlamentar em Defesa da Empreendedora e Microempreendedora no Mercado Formal, Informal e E-commerce