Entre os dias 23 e 27 de novembro foi realizada na cidade de Hangzhou, no leste da China, a segunda edição da Exposição Global de Comércio Digital, que a partir deste ano passa a ser um evento anual.
O objetivo de transformar a exposição em um encontro uma vez por ano é para que pessoas de todo o mundo possam se reunir com mais frequência e se beneficiar do compromisso do governo chinês com uma abertura de alto padrão.
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Desde as estreias de produtos e serviços vanguardistas até a assinatura de negócios, passando por todos os fóruns e mesas-redondas organizados sobre economia digital, a exposição de cinco dias atraiu participantes de 63 países e regiões.
O evento testemunhou as vantagens únicas do desenvolvimento do comércio digital da China e sua contribuição para a construção de uma economia mundial aberta e a melhoria da governança econômica global.
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Um ritmo impressionante
"Todas as soluções que vimos nesta exposição são impressionantes", disse o diretor do Congresso Mundial de Soluções de Internet das Coisas (IoT), Marc Tarrago, da Espanha, ao relembrar alguns dos produtos e serviços chineses que viu durante o evento de comércio digital.
Ele citou robôs cirúrgicos com braços mecânicos delicados, máquinas de logística em Realidade Virtual (VR, da sigla em inglês) que podem ser aplicadas em portos marítimos e soluções de conectividade via satélite. Tarrago pontua que há muito mais.
Para o espanhol, a exposição em Hangzhou não foi a primeira vez que ele se surpreendeu com os esforços e progressos da China na economia digital. Ele comentou à Xinhua que esteve duas vezes na China, quando visitou parques tecnológicos e empresas e testemunhou soluções realmente boas..
Lembro-me de uma grande solução sobre energia em Wuxi. Foi realmente incrível porque você pode ver o consumo de eletricidade em tempo real em todas as províncias. Não temos esse tipo de solução na Europa.
[ Wuxi é uma cidade localizada na província de Jiangsu, no sul da China. Conhecida por sua história rica e por ser um importante centro de comércio e cultura na região do delta do Rio Yangtze. Também se destaca no cenário tecnológico e industrial. A cidade tem sido um ponto de destaque no desenvolvimento tecnológico da potência asiática, particularmente em áreas como a economia digital, manufatura avançada e inovações em energia limpa. É um exemplo do rápido crescimento econômico e da modernização que ocorrem em muitas cidades chinesas.]
Tarrago comentou ainda que a exposição em Hangzhou foi "completamente necessária" para mostrar ao mundo o que as empresas chinesas alcançaram em tecnologias digitais e como a China desempenha um "papel crucial" na economia digital global.
Novidades chinesas
- Treinadores de linguagem falada virtuais para personalizar o ensino de acordo com as necessidades individuais
- Óculos de MR (mixed reality, realidade mista em português) que ajudam a criar experiências de compras virtuais imersivas.
[A realidade mista (MR, da sigla em inglês), também conhecida como realidade híbrida, é uma tecnologia avançada que combina elementos da realidade virtual (VR, da sigla em inglês) e da realidade aumentada (AR, da sigla em inglês) para criar um ambiente onde objetos físicos e digitais coexistem e interagem em tempo real. Diferente da VR, que imerge completamente o usuário em um ambiente virtual, e da AR, que sobrepor camadas de informações digitais ao mundo real, a MR integra e sincroniza objetos do mundo real e virtual para produzir novas visualizações e interações.]
- Tecnologia de supercarga para garantir cargas completas de veículos elétricos em 30 minutos
Esses lançamentos promovem uma visão geral aproximada da economia digital da China, que agora ocupa o segundo lugar no mundo em termos de escala geral.
Desenvolvimento do comércio digital chinês
De acordo com um relatório sobre o desenvolvimento do comércio digital da China divulgado na primeira edição da Exposição Global de Comércio Digital, em 2022, o valor do comércio de serviços entregues digitalmente do país asiático aumentou 3,4% em relação ao ano anterior, para 372,71 bilhões de dólares dos EUA.
Isso representa cerca de 9% do total global, enquanto a escala de importação e exportação do comércio eletrônico transfronteiriço totalizou cerca de 296,3 bilhões de dólares dos EUA, expandindo 9,8% em relação ao ano anterior.
A China ficou em 11º lugar no Índice Global de Inovação 2022 divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, subindo 23 posições em relação ao seu ranking de 2012.
Enquanto isso, a International Data Corp (IDC), com sede em Massachusetts (EUA), previu em maio deste ano que o mercado de inteligência artificial (IA) da China ultrapassará 26 bilhões de dólares dos EUA até 2026.
O trem chinês da economia digital
Em todo o mundo, há cada vez mais nações a bordo do trem da cooperação econômica digital da China, por meio do qual a potência asiática tem transformado a economia digital em um novo motor para o desenvolvimento comum.
Um relatório sobre o desenvolvimento do comércio eletrônico da Rota da Seda publicado durante o evento em Hangzhou mostrou que, até outubro, a China:
- estabeleceu mecanismos bilaterais de cooperação em comércio eletrônico com 30 países em cinco continentes
- assinou memorandos de entendimento com 20 nações para aprimorar a colaboração no desenvolvimento da Rota da Seda Digital
- conduziu colaborações em economia digital dentro de plataformas multilaterais como a Organização de Cooperação de Xangai e o BRICS, levando a mais acordos internacionais.
A secretária da Comissão das Nações Unidas sobre Direito Comercial Internacional, Anna Joubin-Bret, disse à Xinhua:
O esforço colaborativo entre todos os países é essencial para estabelecer e manter um sistema multilateral para a economia digital, avançando ainda mais o estado de direito e alcançando prosperidade compartilhada... Um bom exemplo de tal cooperação é fornecido pelo engajamento ativo da China.
A especialista política na Universidade Islâmica Internacional da Malásia, Lee Pei May, pontuou que "os países em desenvolvimento têm sido os maiores beneficiários."
A China está ansiosa para compartilhar seu conhecimento e produtos (sobre economia digital) com outros. Abraçando a ideia de uma comunidade global para um futuro compartilhado, a China considera o sucesso de empresas chinesas e não chinesas igualmente importante.
Necessidade do momento
O vice-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Zhang Xiangchen, fez um alerta em seu discurso na cerimônia de abertura da exposição.
O comércio digital está em expansão, mas também enfrenta múltiplos desafios, sendo um dos mais urgentes a falta de regras globais para o comércio digital transfronteiriço.
De acordo com a previsão da IDC, 40% das receitas totais das empresas Global 2000 virão de produtos, serviços e experiências digitais até 2026. Navegar nessa onda exige um ambiente aberto, inclusivo, justo e não discriminatório, que ainda não se formou globalmente.
Para garantir que os benefícios de uma economia digital alcancem todos os cantos do mundo de forma eficaz e sem viés, a China não só tomou medidas para promover uma abertura de nível superior nesse campo, mas também tem ajudado a melhorar a governança econômica global, como através da participação e iniciação de diálogos sobre padrões, políticas, regulamentações e ética.
A China reduziu suas listas negativas para acesso a investimentos estrangeiros em mais de 80% desde 2013, tem trabalhado em conjunto na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado no ciberespaço com outros países desde 2015, e propôs múltiplas iniciativas para promover a formulação de regras globais de governança digital.
Em 2020, a China e outros 14 países da Ásia-Pacífico assinaram a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, da sigla em inglês), o maior pacto de livre comércio do mundo, totalmente efetivo em junho deste ano, para apoiar um sistema multilateral de comércio aberto, livre, justo, inclusivo e baseado em regras, e tem promovido a cooperação em comércio digital entre os membros da RCEP. A China também mostrou interesse em aderir ao Acordo de Parceria da Economia Digital.
Além disso, a China confirmou, em 2019, em uma declaração conjunta com outros 75 membros da OMC, a intenção de iniciar negociações na OMC sobre aspectos comerciais do comércio eletrônico, e desde então propôs nove "soluções chinesas" em relação a mais de 20 questões, incluindo serviços de pagamento e logística digital.
A potência asiática também desempenhou um papel construtivo durante a 12ª Conferência Ministerial da OMC realizada no ano passado, avançando no acordo para estender a prática atual de não impor direitos aduaneiros sobre transmissões eletrônicas.
Com informações da Xinhua