A campanha de arrecadação para ajudar o montanhista Agam Rinjani, voluntário que liderou o resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, ultrapassou a meta inicial e atingiu R$ 404 mil por volta das 22h desta quinta-feira (27), no horário de Brasília.
Juliana, de 23 anos, caiu durante uma trilha e foi encontrada morta a 600 metros de profundidade, dias depois do desaparecimento. A operação de resgate, liderada por Agam, comoveu brasileiros nas redes sociais, principalmente após a divulgação de vídeos que mostravam o montanhista escalando o vulcão com uma maca presa por cordas, carregando o corpo da jovem.
Te podría interesar
A vaquinha foi criada pela plataforma “Razões para Acreditar” e é a única campanha oficialmente autorizada por Agam. Os organizadores alertam para o risco de golpes e reforçam que doações devem ser feitas apenas por meio do link divulgado na própria plataforma. Segundo os responsáveis, o dinheiro será transferido para o montanhista por meio de um aplicativo de câmbio.
A meta inicial era de R$ 350 mil, mas o valor foi ampliado após Agam anunciar que dividirá a quantia com os amigos que o ajudaram na operação de resgate. Ele também pretende usar parte do dinheiro para investir em ações de reflorestamento nas montanhas da Indonésia. “Agam é um montanhista humilde, simples, com poucos recursos”, diz o texto da campanha.
Te podría interesar
Antes disso, uma vaquinha internacional havia sido organizada com o auxílio da tradutora Sinta Stepani, mas Agam inicialmente resistiu em aceitar ajuda financeira, pedindo apenas orações. Com a grande mobilização, ele mudou de ideia e concentrou os esforços na campanha brasileira, agora centralizada na “Razões para Acreditar”.
“Segurei Juliana para que ela não caísse mais 300 metros”
Agam custeou do próprio bolso a passagem aérea até Lombok e reuniu sete colegas para ajudar na missão de resgate. Em entrevista ao jornal O Globo, o montanhista relatou que passou uma noite inteira ao lado do corpo de Juliana, à beira de um penhasco, sob risco de deslizamento. “Chovia, caíam pedras, e sabíamos que podíamos morrer. Mas ficamos com ela. Segurei Juliana para que ela não descesse mais 300 metros. É muito triste”, afirmou.
O resgate durou cerca de sete horas e foi considerado extremamente arriscado. Apesar dos perigos, Agam diz que fez tudo o que estava ao seu alcance. “Gostaria de ter feito mais, peço desculpas, mas fiz o que pude”, lamentou.
Nas redes sociais, Agam compartilha dicas de escalada e imagens de sua atuação nas montanhas, onde é conhecido por sua dedicação à natureza e ao montanhismo seguro. A comoção com o caso de Juliana e a coragem do resgatista transformaram o montanhista indonésio em símbolo de solidariedade entre brasileiros e indonésios.