Juliana Marins, que fazia uma trilha no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, escorregou e caiu no sábado (21). Seu corpo foi localizado e resgatado apenas na quarta-feira (25), após dias de buscas dificultadas pelo mau tempo e pelo terreno íngreme da montanha.
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Segundo o especialista forense Ida Bagus Alit, responsável pela autópsia, a alpinista sofreu diversas fraturas em regiões como o tórax, ombro, coluna e coxa. “Essas fraturas causaram danos a órgãos internos e sangramento. A principal causa da morte foram os ferimentos na caixa torácica e nas costas”, declarou o médico à imprensa.
O corpo de Juliana chegou ao Hospital Bali Mandara, em Bali, às 11h35 (horário de Brasília) de quinta-feira (26), após ser transportado por ambulância do Hospital Bhayangkara, localizado na província de West Nusa Tenggara — onde fica o Monte Rinjani. A transferência foi necessária porque a região onde ocorreu o acidente não possui equipe de perícia.
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A autópsia foi realizada ainda na noite de quinta e, ao contrário do que se imaginou em um primeiro momento, ela morreu logo a seguir. De acordo com Alit, os ferimentos indicam que a morte aconteceu de forma rápida, cerca de 20 minutos após o acidente. “Havia um ferimento na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral, que costuma surgir horas ou dias depois do trauma. Também houve sangramento significativo no tórax e abdômen, mas sem retração dos órgãos, o que indica que a morte foi rápida”, explicou o médico.
O perito também descartou a hipótese de hipotermia, já que o corpo não apresentava ferimentos típicos dessa condição, como lesões nas extremidades.
Comoção
A tragédia gerou grande comoção no Brasil e na Indonésia. A família de Juliana acusou as autoridades locais de negligência e afirmou, nas redes sociais, que pretende processar o governo indonésio. Internautas brasileiros criticaram duramente a operação de resgate, considerada lenta e ineficaz. As redes sociais da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) e do presidente do país, Prabowo Subianto, foram inundadas por comentários cobrando explicações e justiça.
Nos últimos anos, o Monte Rinjani tem sido palco de outras mortes de excursionistas. No entanto, o caso de Juliana ganhou repercussão inédita, sobretudo por se tratar de uma jovem brasileira, cujas últimas imagens antes do acidente circularam nas redes, ampliando o clamor por respostas sobre a condução da operação de resgate.