O conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, confirmou que Tel Aviv mantém comunicações diretas e diárias com o governo interino da Síria, com o objetivo de explorar um possível processo de normalização entre os dois países. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Israel Hayom.
Durante a tour de Trump ao redor do Oriente Médio em maio, o presidente estadunidense encontrou o novo líder sírio Ahmad al-Shaara, ex-membro da al Qaeda e sugeriu a adesão do país aos acordos de Abraão, negociações mediadas pelos EUA que fizeram com que Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão reconhecessem Israel.
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Hanegbi afirmou que ele próprio lidera as negociações “em todos os níveis” com autoridades políticas de Damasco. A revelação, já feita em sessão confidencial no Knesset em 23 de junho, representa a mais explícita admissão de Israel sobre o diálogo em curso com o governo de transição sírio.
O conselheiro destacou que Síria e Líbano podem ser futuramente incluídos nos chamados Acordos de Abraão, iniciativa que formalizou relações entre Israel e países árabes.
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No entanto, Hanegbi garantiu que “Tel Aviv não se retirará do Hermon sírio”, região estratégica nas Colinas de Golã, área ocupada ilegalmente por Israel desde 1967 que foi expandida recentemente após a queda do governo Assad.
Na política sionista, existe uma divisão: uns consideram que as discussões podem ser positivas, mas há forte oposição por conta do passado de al-Shaara, que também foi afiliado ao Estado Islâmico.
Questionado sobre os vínculos ideológicos de Sharaa com grupos armados, Hanegbi disse que “as avaliações continuam” e que o líder sírio “está sendo moldado conforme as circunstâncias evoluem”.
Desde então, o novo governo da Síria tem reprimido facções palestinas como a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral. Sharaa também declarou que “Síria e Israel compartilham inimigos em comum” (olhando em especial para o Hezbollah e o Irã).