O cessar-fogo entre Gaza e Israel colocou panos quentes sobre o que está acontecendo no Oriente Médio, ao menos para parte da mídia ocidental. O fim do morticínio, amplamente considerado como um genocídio, que matou mais de 47 mil palestinos no território desde outubro de 2023, pode dar a falsa impressão de que o sionismo expansionista recuaria de maneira ampla.
Na Palestina
A realidade, contudo, é bastante distinta: o novo alvo do colonialismo sionista é a Cisjordânia, notoriamente o campo de refugiados de Jenin. Israel ordenou a evacuação da área, um campo que abriga cerca de 25 mil palestinos.
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A chamada operação "Muro de Ferro" é o nome da nova ofensiva israelense contra o território palestino a leste de Tel Aviv, agradando os setores expansionistas israelenses. Vale ressaltar que, nesta semana, milhares de sionistas presos na Cisjordânia foram libertados. O governo Trump também suspendeu sanções contra diversos colonos israelenses.
No Líbano
Israel continua ocupando um território no sul do Líbano, apesar de o cessar-fogo costurado com o Hezbollah no ano passado prever a retirada. Contudo, Israel afirma que permanecerá por mais 30 dias no território, alegando violações do acordo por parte do Hezbollah.
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Desde o início da trégua, as violações israelenses foram amplamente noticiadas, incluindo bombardeios a diversas regiões libanesas. O acordo expira em 27 de janeiro, e o conflito contra as forças da resistência libanesa pode ser retomado por Israel em breve.
Na Síria
O novo governo sírio, liderado pelos sunitas do HTS (Hayat Tahrir al-Sham), mantém uma postura subserviente a Israel e não tem reagido às ações israelenses na região. O sionismo conseguiu expandir a zona tampão de ocupação nas Colinas de Golã, estabilizando-se a poucos quilômetros de Damasco.
O principal desafio do novo governo sírio está relacionado ao principal inimigo de seu fiador, a Turquia. Os curdos no nordeste do país, financiados pelos EUA, têm adotado uma postura firme em negociar desarmamento e integração com os sunitas do HTS.
Pressionado por ambos os lados, o HTS também enfrenta denúncias da comunidade alauíta e xiita, especialmente em Latakia, de perseguição religiosa sob a justificativa de combater "parceiros do regime Assad".
Apesar de uma aparente estabilização com outros estados árabes, com os russos e com o Ocidente, o novo regime enfrenta dificuldades para cumprir uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer governante sírio, antes e depois dos Assad: unificar o país e suas minorias étnicas e religiosas por meio da política.