O gabinete de Benjamin Netanyahu aprovou o acordo de cessar-fogo com o Hamas em Gaza nesta quinta-feira (17), mas as repercussões políticas da trégua seguem reverberando em Israel.
O extremista de direita e ministro da Segurança Interna sionista, Itamar Ben Gvir, afirmou que seu partido, Otzma Yehudit, vai sair do governo Netanyahu caso o acordo de cessar-fogo seja implementado.
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Ben Gvir defendeu, durante o curso do genocídio, o aniquilamento total dos palestinos e a implementação de colonos israelenses em Gaza.
Segundo Ben Gvir, o “acordo imprudente” levará à “libertação de centenas de terroristas assassinos”, “apagará efetivamente as conquistas da guerra” e “selará o destino dos reféns que permanecerem [além dos libertados na primeira fase]”, deixando o Hamas “com uma capacidade significativa de se reconstruir”, insistiu.
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Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e líder do partido Sionismo Religioso, afirmou na quarta-feira (15) que:
“O acordo que será apresentado ao governo é um acordo ruim e perigoso para a segurança nacional do Estado de Israel. Junto com a grande alegria e excitação do retorno de cada homem e mulher sequestrados, o acordo retira muitas conquistas da guerra em que os heróis desta nação arriscaram suas vidas e nos custará, Deus nos livre, muito sangue. Nós nos opomos a ele com todas as nossas forças.”
Sem o Otzma Yehudit e o Sionismo Religioso, o governo Netanyahu cai. Segundo alguns analistas, os partidos de extrema direita não devem sair do governo, mas buscam pressionar Netanyahu para forçar ainda mais movimentos coloniais na Cisjordânia. Nas ruas de Jerusalém, militantes fascistas defenderam
Um sinal forte disso está na ação do ministro da Defesa, Israel Katz, anunciada nesta sexta-feira (17). Ele afirmou que, por conta da libertação dos reféns palestinos presos em detenções israelenses, o governo irá liberar diversos milhares de colonos israelenses na Cisjordânia que estavam presos sob "sanções administrativas".
“À luz da esperada libertação de terroristas da Judeia e Samaria como parte do acordo de libertação de reféns, decidi libertar os colonos mantidos em detenção administrativa”, a ideia é “transmitir uma mensagem clara de fortalecimento e encorajamento dos assentamentos, que estão na vanguarda da luta contra o terrorismo palestino e enfrentam crescentes desafios de segurança”, afirmou Katz — o mesmo que ofendeu o presidente Lula em diferentes ocasiões no início de 2024.