Ao menos 56 palestinos foram mortos em Gaza nesta segunda-feira (16) pelas forças israelenses, incluindo 38 pessoas que buscavam comida em pontos de distribuição.
Um dos episódios registrados, segundo o site Al Jazeera, ocorreu em um local administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Estados Unidos e Israel, que atua em áreas rigidamente controladas pelos militares israelenses.
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Fontes médicas disseram que pelo menos 23 dessas pessoas foram mortas e outras 200 ficaram feridas perto de um local de distribuição de ajuda em Rafah.
Transformando alimentos em armas
Também nesta segunda, o chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, condenou a conduta de Israel em Gaza, apontando que "Israel transformou alimentos em armas e bloqueou ajuda vital". Ele pediu um "cessar-fogo imediato que conduza a uma solução de dois Estados, com Gaza como parte integrante de um Estado Palestino".
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Falando na segunda-feira, Volker Turk disse que os "meios e métodos de guerra de Israel estão infligindo sofrimento horrível e inconcebível aos palestinos em Gaza", onde mais de 20 meses de ataques israelenses mataram pelo menos 55.362 pessoas, incluindo milhares de crianças, de acordo com autoridades de saúde em Gaza.
Turk também falou sobre a escalada militar entre Israel e o Irã, definindo o cenário como "profundamente preocupante". O dirigente da ONU apelou "por uma redução da tensão e negociações diplomáticas urgentes para pôr fim a esses ataques e encontrar um caminho a seguir". “Essa violência deve acabar”, pontuou.
'Sistema de distribuição letal'
Mais de 300 pessoas foram mortas até agora perto dos locais de distribuição e mais de 2.000 ficaram feridas desde que a GHF iniciou suas operações.
A Fundação opera três locais em áreas protegidas por tropas israelenses após Israel impor um novo sistema de distribuição depois de suspender parcialmente um bloqueio de fluxo de ajuda humanitária que durou três meses. As Nações Unidas rejeitaram o plano, alegando que a distribuição da GHF é inadequada, perigosa e viola os princípios de imparcialidade humanitária.
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Philippe Lazzarini, chefe da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNRWA), afirmou em uma postagem no X que, em Gaza, "tragédias continuam sem parar enquanto a atenção se volta para outros lugares"
"Dezenas de pessoas foram mortas e feridas nos últimos dias, incluindo pessoas famintas que tentavam obter comida de um sistema de distribuição letal", pontuou. "As restrições à entrada de ajuda da ONU, incluindo a da UNRWA, continuam, apesar da abundância de assistência pronta para ser enviada a Gaza. Além disso, a grave escassez de combustível está dificultando a prestação de serviços essenciais, especialmente saúde e água."
Lazzarini renovou os apelos para a construção de um acordo de paz. "Matanças e guerras gerarão mais guerras e derramamento de sangue. Os civis sempre serão os primeiros e os que mais sofrerão. Vontade política, liderança e coragem são necessárias e mais do que nunca. É hora de uma paz duradoura em Gaza e em toda a região", disse.