Em entrevista ao Brasil247, o assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais Celso Amorim afirmou que o governo estuda um eventual corte de relações diplomáticas com Israel.
A declaração vem depois de uma reunião em Brasília, nesta quarta-feira (11), em reunião de parlamentares com os parlamentares simpáticos à causa palestina, que convidaram Ualid Rabah, presidente da Fepal, a conversar com o ministro.
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Participaram do encontro Erika Kokay (PT-DF), Maria do Rosário (PT-RS), Jack Rocha (PT-ES), Juliana Cardoso (PT-SP), Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), Luciene Cavalcanti (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), João Daniel (PT-SE), Petrus Ananias (PT-MG), Padre João (PT-MG), Helder Salomão (PT-ES), Valmir Assunção (PT-BA), Paulo Pimenta (PT-RS), Pedro Uczai (PT-SC), Nilto Tatto (PT-SP), Alexandre Lindemeyer (PT-PT-RS), Glauber Braga (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP). A responsável pela iniciativa foi a deputada federal Natalia Bonavides (PT-RN).
A Fepal ainda entregou uma carta pedindo pelo corte de relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
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O encontro se deu na esteira do sequestro e prisão de Thiago Ávila, ativista brasileiro da Flotilha da Liberdade que foi detido pelas autoridades israelenses por tentar furar o bloqueio humanitário a Gaza.
O presidente Lula já condenou explicitamente o genocídio dos palestinos em Gaza, que já ceifou a vida de mais de 67 mil pessoas. Contudo, diversas entidades — incluindo o próprio Thiago Ávila — exigem o corte de relações diplomáticas com o estado sionista.
"A adoção desta medida, que teria um forte efeito simbólico, expressando nosso absoluto rechaço ao que Israel vem fazendo, é uma hipótese que está sendo examinada pelo presidente, pelo chanceler Mauro Vieira e por mim, naturalmente. Muitos aspectos precisam ser considerados e isso é que está sendo feito. Um dos aspectos, certamente, envolve a reação dos militares brasileiros, que prezam muito a cooperação com Israel e reagiram fortemente, há poucos meses, quando houve a decisão de suspender as negociações de um acordo de fornecimento de alto valor”, afirmou Amorim.
Fepal elogia, mas pede ações mais claras
Em entrevista à Fórum, o presidente da Fepal Ualid Rabah avaliou positivamente o encontro com Celso Amorim e elogiou a posição do diplomata.
"O ministro Amorim tem posição histórica de alinhamento com o Direito Internacional em tudo que diz respeito à Palestina e crítico das ações israelenses que impedem a realização concreta dos direitos nacionais, civis e humanitários do povo palestino", afirmou. "Ontem ele reafirmou isso. Disse, inclusive, que o que ocorre em Gaza é a maior barbárie que já presenciou na vida. Apreciamos esta sua visão e posicionamento", completou.
"Nós pedimos a ruptura. Ele disse que pressões são necessárias para que “Israel” cesse suas ações genocidárias, mas que este é um assunto do MRE. Adiantou que novas medidas virão neste sentido e que serão anunciadas. Espero que sejam capazes de fazer diferença, que de fato afetem o regime “israelense”. Quem sabe um embargo sobre tudo que diga respeito ao elemento bélico, de segurança e inteligência, de sistemas a armas e munições, inclusive em todos os acordos que existem entre instituições do regime colonial de “Israel” e as polícias estaduais, que têm se comportado de modo autônomo e praticamente guiadas por instrutores e infiltrados sionistas, sejam diretamente de “israel”, sejam brasileiros ao seu serviço", afirmou Rabah.
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