Visivelmente emocionado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e discorreu sobre diversos temas como hegemonia, mundo multipolar, guerra na Ucrânia e até COP30, prevista para acontecer no Brasil neste ano, durante conversa com jornalistas chineses nesta quarta-feira (14), em horário local de Pequim.
Sobre os Estados Unidos e a COP30
O presidente Lula deu um vislumbre à imprensa chinesa do “Lula do velho testamento”, como ficou conhecido seu início de carreira política, ao tocar o assunto da COP30, que este ano será realizada no Brasil, em Belém, no Pará. Ele reiterou o compromisso brasileiro com as mudanças climáticas e reforçou a cobrança da postura dos Estados Unidos (EUA).
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“Todo mundo vai ter que apresentar as NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) e vamos ver quem é quem, quem fala sério. O protocolo de Kyoto não foi cumprido, o de Paris ainda não está em execução e os EUA disseram que vão sair... Quero saber como o governo dos EUA vai se comportar sobre a transição climática”, afirmou.
Sobre quebra de hegemonia e mundo multipolar
Houveram, ainda, falas sobre o BRICS e a quebra da hegemonia global, bem como a ascensão de uma nova economia, do mundo multipolar. O presidente Lula ainda revelou que existem discordâncias entre os membros do BRICS, mas que tudo é debatido antes de uma tomada de decisão:
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“É preciso que a gente ressurja com muita força, nós queremos igualdade e é isso que o BRICS representa e é isso que nós vamos fazer e o porquê a moeda é importante. Menos entre nós há divergências, e elas são boas porque nos ensinam a debater mais”, afirmou Lula. “O mundo não é mais o mesmo, não queremos chefe, xerife, queremos parceiros. Gostamos de respeitar e sermos respeitados”, completou.
Guerra na Ucrânia
Lula discorreu ainda sobre as pressões que sofreu da imprensa mundial no que diz respeito a um posicionamento do Brasil na guerra da Ucrânia, que acontece desde 2022. segundo o presidente, o Brasil foca apenas em discutir a paz.
“Muitos setores da imprensa brasileira e mundial ficaram muitos críticos a nós e nosso governo quando não fizemos aquela manifestação em defesa da Ucrânia, todo mundo queria que o Brasil fosse junto com EUA e UE, destruir a Rússia. Nós dissemos não e achamos que é possível encontrar um caminho de negociação. Se quiserem discutir paz, o Brasil vai. Não vai ser fácil, mas vai acontecer, porque todos estão cansados da guerra, sobretudo os russos e ucranianos”, explicou ele. “Não somos o país só do carnaval, mas da política, da democracia, e que não se nega a conversar”, completou.
Confira abaixo a coletiva do presidente Lula na china: