O mundo lamenta em uníssono a morte do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, falecido nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em especial a América Latina. Diversos atores importantes da esquerda sul-americana compartilharam seus sentimentos pela perda de um dos maiores representantes da esquerda global.
O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, lembrou a todos que Mujica era considerado “um grande amigo” do país, bem como um entusiasta dos grupos de desenvolvimento da América Latina e América do Sul, como o Mercosul, Unasul e Celac. “Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas”, disse a chancelaria em nota.
“O legado de “Pepe” Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações”, completa.
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Partido dos Trabalhadores (PT) também se pronunciaram sobre o assunto, se despedindo e falando da inspiração que Mujica dava aos idealistas: “Com imensa tristeza, nos despedimos de Pepe Mujica, símbolo da luta por justiça, dignidade e igualdade. A sua trajetória inspira quem sonha com um mundo mais humano. Que seu legado siga acendendo esperanças. Até sempre, companheiro!”, escreve o MTST em nota.
Chefes de Estado de diversas nações também se manifestaram, entre eles o atual presidente do Uruguai, Yamandu Orsi, que prestou uma homenagem a Pepe em suas redes sociais, assim como o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. “Estamos profundamente tristes com o falecimento do meu irmão Pepe Mujica. Lembro-me sempre dos seus conselhos cheios de experiência e sabedoria”, escreveu Morales. “Toda a América Latina está de luto”, completou.
Houve, ainda, manifestação de ministros, como o da Fazenda, Fernando Haddad: "Mujica aliou a coragem à doçura, a luta à compaixão. Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra", escreveu Haddad.
Veja a íntegra da nota do Itamaraty à imprensa:
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto “Pepe” Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu. Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas. Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou “Pepe” Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os presidentes com quem conviveu. O legado de “Pepe” Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações. Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade”.