Após três dias e cerca de 250 mil pessoas na Basílica de São Pedro para despedida do Papa Francisco, o presidente argentino Javier Milei optou por não comparecer ao Vaticano, onde o caixão já havia sido fechado, e seguiu diretamente para seu hotel em Roma. O evento estava marcado para as 10h de sexta-feira (25).
O atraso da comitiva de Milei tem sido criticado nas redes e contrastado com a postura de Lula, o último chefe de Estado a prestar homenagem ao pontífice, destacando sua "sabedoria, coragem e compaixão".
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Já em sua fala, o presidente argentino afirmou que Francisco foi “o argentino mais importante da história” e viajou em nome dos católicos que o viam como um líder exemplar.
No entanto, seus aliados da extrema direita continuaram criticando o Papa nas redes sociais, chamando-o de "comunista".
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Atraso ocorreu por evento que premiou economista libertário
Antes de viajar para Roma, Milei participou de um evento na Argentina, onde concedeu o título de doutor honoris causa ao economista espanhol Jesús Huerta de Soto, um dos seus mentores e seguidor da Escola Austríaca . Huerta de Soto e Alberto Benegas Lynch, também presente no evento, são críticos de Francisco. Durante a campanha, Milei chegou a sugerir o rompimento das relações com o Vaticano.
Em entrevista à TV A24, Huerta de Soto zombou de Bergoglio, dizendo que ele finalmente conheceria "a verdade moral", e afirmou que Deus o perdoaria por seus erros no papado.
Apesar de sua ausência no Vaticano, Milei fez duras críticas à imprensa de Roma, acusando jornalistas de não entenderem o que realmente importa, em uma publicação nas redes sociais.
Redes recuperam tuítes de Milei contra o Papa
No entanto, mesmo após o Milei prestar condolências, argentinos recuperaram um série de tuítes que atacavam o papa.
Em 2023, durante a campanha presidencial argentina, Milei chegou a chamar o papa Francisco de "representante do maligno na terra", "imbecil" e "filho da puta que prega o comunismo". Os insultos foram uma reação às declarações do pontífice, que, sem citar Milei, expressou preocupação com "o triunfo do egoísmo sobre o comunitarismo" e criticou "salvadores da nação sem histórico partidário".