Após três dias de negociações em Riad, na Arábia Saudita, Rússia e a Ucrânia chegaram a um acordo mediado pelos Estados Unidos para, segundo a Casa Branca, "garantir a navegação segura" no Mar Negro, com o impedimento do uso de embarcações comerciais para fins militares e a elaboração de medidas para proibir ataques a instalações de energia, entre outros pontos negociados.
As reuniões não incluíram negociações diretas entre autoridades da Rússia e Ucrânia. O governo dos EUA compartilhou duas declarações distintas resumindo os pontos acordados com cada parte do conflito.
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Os textos de ambas as declarações eram em boa parte idênticos, exceto uma seção apontando que os Estados Unidos estavam comprometidos em ajudar a Ucrânia a "conseguir a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de detidos civis e o retorno de crianças ucranianas transferidas à força".
Por outro lado, na mesma seção do texto russo, a Casa Branca incluiu uma promessa de ajudar a restaurar o acesso do país ao mercado mundial de exportações agrícolas e de fertilizantes.
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Insatisfação
Antes do acordo ser anunciado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, havia dito à Agência de Notícias Tass que gostaria que "o mercado de grãos e o mercado de fertilizantes fossem previsíveis" e que ninguém tentasse excluir a Rússia desse comércio.
Sobre a negociação em curso, no entanto, Lavrov foi taxativo: "Nossa posição é simples: não podemos acreditar na palavra desse homem", afirmou, referindo-se ao presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky.
Já do lado ucraniano, o site Kyiv Independent apontou que o acordo não tem garantias efetivas para a Ucrânia, como a proteção de seus portos contra ataques russos e a abertura do porto bloqueado de Mykolaiv, um dos maiores do país, sitiado pela Rússia desde 2022.
Também há divergências sobre o início do cessar-fogo. Zelensky disse que ele está em vigor a partir desta terça-feira (25), enquanto o Kremlin afirmou que começará quando as sanções aos produtores e exportadores de alimentos russos forem suspensas.
