Uma juíza federal dos EUA suspendeu a ordem executiva de Donald Trump que impedia pessoas transgênero de servirem nas Forças Armadas. Ana Reyes, juíza distrital em Washington, D.C., considerou que a medida violava direitos constitucionais. Sua decisão foi adiada por três dias para permitir um possível recurso do governo.
Em seu perfil na rede social X, Elon Musk, então chefe do Departamento de "Eficiência Governamental" do governo Trump, classificou a decisão de Reyes como um "golpe judicial".
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"Precisamos de 60 senadores para destituir os juízes e restaurar o governo do povo", disse Musk, em narrativa semelhante a do clã Bolsonaro no Brasil, que busca apoio do Senado para impechment de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O bilionário, que já rompeu relações com uma de suas filhas por ela ser transexual, mobilizou senadores para barrar a medida. O ataque a pessoas trans foi uma das principais bandeiras de Trump durante a campanha presidencial de 2024.
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A Casa Branca não se pronunciou. O segundo-tenente da reserva do Exército Nicolas Talbott, um dos 14 militares transgênero autores da ação, comemorou: "É um grande alívio. Esse é meu sonho, e eu estava com medo de perdê-lo".
A decisão atende a um pedido de liminar de seis militares transgênero da ativa e dois candidatos ao serviço. Trump havia assinado um decreto alegando que a identidade de gênero dessas pessoas comprometia a disciplina militar. O então secretário de Defesa, Pete Hegseth, implementou uma política que excluía militares com histórico de disforia de gênero, condição associada a sofrimento psicológico.
Os advogados dos demandantes argumentam que a ordem fere a proteção igualitária da Constituição, enquanto o governo defende a autonomia militar. Reyes destacou que sua decisão equilibra os poderes e protege os direitos fundamentais.
Milhares de pessoas transgênero servem nas Forças Armadas, mas representam menos de 1% do total. Em 2016, o Departamento de Defesa autorizou seu serviço aberto, mas Trump reverteu a política. A Suprema Corte validou a proibição, depois anulada por Joe Biden.