Após a definição do plano tarifário de Donald Trump sobre todas as importações de aço e alumínio dos EUA, com o estabelecimento de uma taxa de 25% a todos os parceiros comerciais do país, o Canadá decidiu apresentar uma denúncia formal à OMC (Organização Mundial do Comércio), anunciou o órgão internacional de disputa na última quinta-feira (13).
As tarifas haviam entrado em vigor no dia anterior, quarta-feira (12), conforme um plano anunciado pelo presidente norte-americano em fevereiro, que tinha um de seus objetivos a retaliação contra o Canadá por recusar-se a acatar o plano, com que Trump tem provocado o país desde sua posse, de desistir de sua condição histórica de nação e país territorial para tornar-se o "51° estado" dos EUA.
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De acordo com um relatório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que estima o impacto das tarifas sobre as economias exportadoras de aço, o Canadá é o principal fornecedor da commodity ao mercado norte-americano — sua participação aumentou de 16,4%, em 2012, para 22,3% em 2024.
Apesar disso, os efeitos das simulações da tarifa de 25% sobre as exportações do Canadá no setor de metais ferrosos apontam para uma queda total do PIB de apenas -0,01%. Em relação à balança comercial, o valor em milhões de dólares corresponderia a 232,6, e, sobre as exportações, a queda está prevista para 0,09%.
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De acordo com a queixa apresentada à OMC pelo Canadá, as medidas protecionistas são "incompatíveis com as obrigações dos Estados Unidos" no comércio internacional.
Além dos metais ferrosos, os EUA já haviam autorizado a imposição, a partir de 1° de fevereiro, de tarifas de 25% sobre "todos os produtos importados do Canadá e do México", caso os países não "interrompessem o fluxo de migrantes e o tráfico de fentanil" para os EUA desde suas fronteiras.
Como retaliação, o Canadá considerou aplicar tarifas sobre suas maiores importações norte-americanas, como o suco de laranja, produtos à base de aço e vidro e artigos de cerâmica.
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