Mais um desenvolvimento dos embates comerciais incentivados pela política comercial isolacionista e retaliatória de tarifas incentivada pelo presidente norte-americano Donald Trump veio à tona nesta quinta-feira (13), quando o presidente ameaçou "impor uma tarifa de 200%" sobre vinhos e bebidas alcoólicas de modo geral importados da União Europeia caso o bloco não retire a tarifa, recentemente anunciada, de 50% sobre o uísque importado dos EUA.
A medida da União Europeia vem como "contratarifa" sobre os ataques anteriores de Trump, cuja guerra comercial se dá, agora, sobre o setor de commodities minerais: o presidente estabeleceu uma taxação geral, a todos os seus parceiros comerciais, de 25% sobre todo o aço e alumínio importados pelo país.
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Enquanto a UE afirma que vai taxar o uísque norte-americano em 50%, valor significativo, Trump quer responder em um tom muito acima: 200% sobre "todos os vinhos, o champanhe e produtos alcóolicos da França e de outros países representados pela UE", afirmou ele em publicação na sua própria rede social, Truth Social. "Isso vai ser ótimo para o comércio de vinho e champanhe nos EUA".
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O comércio de bebidas que parte da UE aos EUA é volumoso: as exportações ao país correspondem a até 29% de todo o seu comércio, e as bebidas alcoólicas correspondem, na França, a metade de todo o contingente do produto exportado pela UE. Na Itália, o número chega a 40%, informam dados da Eurostat reproduzidos pelo G1.
De acordo com a Comissão Europeia, um conjunto de novas tarifas impostas pela Europa a produtos norte-americanos devem entrar em vigor até o dia 13 de abril.
Segundo dados do Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos, as exportações de uísque norte-americano para a União Europeia aumentaram de US$ 439 milhões, em 2021, para US$ 699 milhões em 2024 (um crescimento de 60%).
Entre 1997 e 2018, o comércio do setor cresceu quase 450%.
Em comunicado, a associação disse que "o anúncio da União Europeia de reimpor tarifas de 50% sobre o uísque americano é profundamente decepcionante, e prejudicará severamente os esforços bem-sucedidos de reconstruir as exportações de bebidas destiladas dos EUA a países da UE".
Os EUA são os maiores importadores do vinho europeu: em 2022, o total importado pelo país foi responsável por um saldo de 7 bilhões de euros, e o determinou o maior importador mundial em volume e em valor.