CHINA EM FOCO

China desbanca Reino Unido em soft power

Potência asiática assume segunda posição no Índice Global de Soft Power 2025, elaborado por uma empresa britânica, e fortalece sua influência global por meio da tecnologia, diplomacia e cultura

Potência asiática assume segunda posição no Índice Global de Soft Power 2025, elaborado por uma empresa britânica, e fortalece sua influência global por meio da tecnologia, diplomacia e cultura.
China desbanca Reino Unido em soft power.Potência asiática assume segunda posição no Índice Global de Soft Power 2025, elaborado por uma empresa britânica, e fortalece sua influência global por meio da tecnologia, diplomacia e cultura.Créditos: Fotomontagem (Xinhua e Brand Finance)
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A China atingiu um marco histórico ao conquistar a segunda posição no Índice Global de Soft Power 2025, elaborado pela Brand Finance. Pela primeira vez, o país ultrapassou o Reino Unido e agora fica atrás apenas dos Estados Unidos

O avanço reflete os esforços estratégicos da China para consolidar sua imagem internacional, com destaque para o crescimento econômico, a inovação tecnológica, os investimentos culturais e a diplomacia global.

O ranking, que avalia o poder de influência dos países além do fator militar, destacou a capacidade chinesa de criar novas oportunidades econômicas, expandir sua presença tecnológica e fortalecer suas relações diplomáticas.

Crescimento impulsionado por diplomacia e economia

A China se consolidou como uma das economias mais influentes do mundo, figurando em primeiro lugar na categoria “potencial de crescimento futuro” pelo terceiro ano consecutivo. 

O relatório indica que a estabilidade econômica do país e sua capacidade de gerar oportunidades comerciais foram fatores determinantes para sua ascensão no ranking.

Além disso, a política externa chinesa teve um papel essencial nesse avanço. A China subiu 24 posições na categoria “boas relações com outros países”, refletindo o sucesso de sua diplomacia global e dos acordos comerciais firmados com economias emergentes. 

O país também fortaleceu sua presença em fóruns internacionais, como o Fórum de Cooperação China-África e o Fórum de Cooperação China-Estados Árabes.

Esses avanços consolidam a China como um parceiro estratégico para países em desenvolvimento, ao mesmo tempo que desafiam o domínio ocidental nas relações internacionais.

Tecnologia e cultura como vetores do soft power chinês

O relatório enfatiza o impacto da inovação tecnológica e do crescimento do setor cultural na projeção da China como potência global. O país subiu 27 posições na percepção de "generosidade" e 25 posições em "amizade", evidenciando melhorias na sua reputação internacional.

O sucesso de marcas chinesas no mercado global, como Huawei, BYD e TikTok, foi um fator-chave para essa ascensão. A China ficou entre os cinco primeiros países na categoria "produtos e marcas que o mundo ama", superando concorrentes tradicionais.

A indústria do entretenimento também ganhou destaque, com filmes como “Ne Zha 2” e jogos como “Black Myth: Wukong”, que conquistaram repercussão global.

Esse crescimento da indústria criativa e digital fortalece a presença da China como referência não apenas em manufatura, mas também em inovação e influência cultural.

DeepSeek e o avanço da inteligência artificial na China

O relatório do Índice Global de Soft Power 2025 menciona o DeepSeek como um exemplo do avanço da China no campo da inteligência artificial (IA). O modelo tem sido apontado como um dos mais sofisticados do mundo, rivalizando com os desenvolvimentos da OpenAI e do Google.

O DeepSeek representa uma grande inovação no setor de IA generativa e demonstra a capacidade da China de desafiar o domínio ocidental em tecnologias emergentes. 

Além disso, a ferramenta simboliza o soft power digital da China, reforçando a estratégia do país em se tornar líder global em inteligência artificial e computação avançada.

Outros avanços tecnológicos mencionados no relatório incluem o crescimento da computação quântica, os investimentos em supercomputação e o fortalecimento da infraestrutura 5G e 6G.

Mudança na balança global do soft power

A ascensão da China no Índice Global de Soft Power 2025 marca um ponto de inflexão na geopolítica mundial. O fato de o país ultrapassar o Reino Unido e consolidar-se como a segunda maior potência global em soft power reflete a transformação de sua influência, que deixou de ser apenas econômica e passou a abranger cultura, tecnologia e diplomacia.

O relatório da Brand Finance evidencia que o modelo ocidental de influência global enfrenta desafios, enquanto a China se posiciona como uma alternativa cada vez mais robusta. Seu avanço na inteligência artificial, sua capacidade de estabelecer novas alianças internacionais e o sucesso de suas marcas no mercado global demonstram que o país não é mais apenas um gigante econômico, mas também um protagonista na construção da nova ordem mundial.

Se essa tendência continuar, o cenário global poderá testemunhar uma reconfiguração do equilíbrio de poder, na qual o soft power chinês se fortalece como um elemento-chave na disputa pela influência internacional. A competição pelo topo do ranking nos próximos anos não será apenas uma questão de reputação, mas um reflexo das mudanças estruturais que definirão o século 21.

Leia aqui o Índice Global de Soft Power 2025 (em inglês)

 

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