Mostrando seu ferrenho alinhamento e submissão aos desejos do governo sionista de Benjamin Netanyahu em Israel, Donald Trump anunciou neste domingo (9) pela sua rede social, Truth Social, que “cortará toda a ajuda à África do Sul até novo aviso”.
Na publicação, Trump alega que "a África do Sul está confiscando terras e tratando certas classes de pessoas muito mal" - em caixa alta.
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"A África do Sul está confiscando terras e tratando certas classes de pessoas MUITO MAL. É uma situação ruim que a mídia da esquerda radical não quer nem mencionar. Uma enorme VIOLAÇÃO dos direitos humanos está acontecendo, para todos verem. Os Estados Unidos não vão tolerar isso - nós agiremos. Além disso, por causa disso, cortarei toda a ajuda à África do Sul até novo aviso", diz Trump.
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O presidente dos EUA se refere, no entanto, à política de Reforma Agrária que teve início no país em 2018, quando começou um processo de restituição de propriedades roubadas por colonos e empresas de pessoas brancas durante o regime do Apartheid.
Secretário de "eficiência governamental" de Trump, Elon Musk - que nasceu na África do Sul - já declarou nas redes que os sul-africanos brancos foram vítima de “leis racistas de propriedade”, em uma afirmação esdrúxula.
No entanto, a alegação de Trump é apenas pano de fundo para encobrir o verdadeiro motivo do corte da ajuda humanitária ao país africano.
A decisão de Trump se deu poucos dias após um intenso encontro com Netanyahu, em que o presidente dos EUA defendeu a expulsão dos palestinos e o roubo definitivo do território da Faixa de Gaza para ser transformado, segundo ele, em um balneário.
Submisso aos desejos de Netanyahu e dos sionistas, Trump puniu a África do Sul para vingar Israel.
Em processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, os sul-africanos acusam o governo sionista de Netanyahu de promover um genocídio em Gaza.
Desinformação e propaganda
Em nota, o Ministério da Relações Exteriores da África do Sul afirma se preocupar com "uma campanha de desinformação e propaganda com o objetivo de deturpar nossa grande nação".
"O governo da África do Sul tomou nota da última ordem executiva emitida pelo presidente Trump. É muito preocupante que a premissa fundamental desta ordem não tenha precisão factual e não reconheça a história profunda e dolorosa de colonialismo e apartheid da África do Sul", diz o governo sul-africano sobre a alegação de Trump sobre a reforma agrária no país.
O texto ainda diz que soa como ironia a alegação de que os brancos colonizadores afetados pela reforma estejam sendo "mal tratados", como alega Trump, e compara à política de deportação em massa promovida pelo mandatário estadunidense.
"É irônico que a ordem executiva faça provisão para status de refugiado nos EUA para um grupo na África do Sul que continua entre os mais privilegiados economicamente, enquanto pessoas vulneráveis ??nos EUA de outras partes do mundo estão sendo deportadas e têm asilo negado apesar das dificuldades reais", diz a nota - leia a íntegra.