Nesta sexta-feira (7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu que a Arábia Saudita poderia abrigar palestinos deslocados e estabelecer um Estado palestino em seu território.
A proposta foi feita durante uma entrevista ao Channel 14, realizada em sua visita a Washington, onde se reuniu com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
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"Os sauditas podem criar um Estado palestino na Arábia Saudita; eles têm muita terra lá", declarou Netanyahu.
Washington já havia causado desconforto com os sauditas ao afirmar que Riade estava de acordo com o plano de Donald Trump de demolir Gaza, realizar uma limpeza étnica na região e construir uma riviera no estreito sob controle estadunidense.
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Vale lembrar que, antes do dia 7 de outubro de 2023, Arábia Saudita e Israel caminhavam para uma normalização de relações. O genocídio contra os palestinos em Gaza, contudo, freou o movimento.
Após o início da guerra, os sauditas se distanciaram da normalização e passaram a estabelecer contato com o Irã. As tensas relações entre Riade e Teerã melhoraram, inclusive com os sauditas condenando os ataques israelenses contra os persas.
Os sauditas mantêm uma posição clara, defendida desde 2002: só haverá normalização de relações com Israel com a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967 e com Jerusalém como capital.
Netanyahu, no entanto, ainda acredita que a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita é viável e "acredita que vai acontecer".
Entretanto, ressaltou que não assinaria nenhum acordo que colocasse em risco a ocupação israelense, especialmente a criação de um Estado palestino. "Depois do que aconteceu em 7 de outubro? Sabem o que foi isso? Havia um Estado palestino, chamado Gaza. Gaza, liderada pelo Hamas, era um Estado palestino, e vejam o que aconteceu – o maior massacre desde o Holocausto", declarou.
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores saudita, o país reafirmou seu compromisso com a criação de um Estado palestino nos territórios ocupados, descartando qualquer possibilidade de normalização com Israel sem essa condição.
"A posição da Arábia Saudita é clara e inegociável: não haverá normalização sem uma solução justa para a questão palestina", afirmou o comunicado.