Ao anunciar sua proposta de limpeza étnica em Gaza junto a Benjamin Netanyahu nesta terça-feira (3), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que havia combinado a proposta com a Arábia Saudita.
Em uma coletiva de imprensa, Trump declarou que a Faixa de Gaza estaria sob controle de Washington e que iria trabalhar com o premiê israelense para "reconstruir" o território palestino.
Em suas palavras, a intenção é “demolir tudo” após “retirar todos os moradores [palestinos]” para criar na área “uma Riviera do Oriente Médio”.
Trump afirmou ainda que contava com a anuência dos sauditas para realizar a medida.
No entanto, a maior potência do mundo sunita, que tem se distanciado gradativamente dos EUA e ensaia desde 2023 uma entrada nos BRICS, desmentiu Trump.
De acordo com Riade, "a posição do Reino da Arábia Saudita sobre o estabelecimento de um estado palestino é firme e inabalável", declarou o Ministério das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, em um comunicado.
"A Arábia Saudita continuará seus esforços incansáveis para estabelecer um estado palestino independente com Jerusalém Oriental como sua capital, e não estabelecerá relações diplomáticas com Israel sem isso", continuou o chanceler, reforçando "sua rejeição inequívoca a qualquer violação dos direitos legítimos do povo palestino, seja por meio de políticas de assentamento israelenses, anexações de terras ou tentativas de deslocar o povo palestino de suas terras".
A Arábia Saudita sempre foi vista como um parceiro estratégico dos EUA no Oriente Médio. Contudo, nos últimos anos, o país tem estabelecido aproximações com a China e com a Rússia, além de ter reestabelecido relações com o Irã, seu histórico rival na região.