O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assinaram um decreto que retirar os países do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Trump também manteve a suspensão de financiamento dos EUA para agência da ONU para refugiados palestinos, a (UNRWA).
O decreto assinado por Trump foi anunciado nesta terça-feira (4), no mesmo dia em que Netanyahu esteve em Washington para visitar o presidente. Após encontro, o primeiro-ministro anunciou a mesma medida de Trump nesta quarta-feira (5).
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A ordem também exige a revisão do envolvimento dos EUA com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O anúncio vai de encontro à política extremista de Trump contra minorias sociais e pautas progressistas.
O argumento usado pelo presidente foi de que há uma "disparidade de financiamento" entre os Estados Unidos e outros países. A mesma justificativa foi usada por Trump para retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde.
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O assessor da Casa Branca Will Scharf declarou que "de forma mais geral, a ordem executiva pede uma revisão do envolvimento e financiamento americano na ONU à luz das disparidades selvagens e níveis de financiamento entre diferentes países". O Conselho de Direitos Humanos da ONU é composto por 47 países eleitos pela Assembleia Geral da entidade para mandatos de três anos.
Scharf ainda acrescentou que a decisão foi tomada “em vista das numerosas medidas adotadas por vários órgãos da ONU que demonstram um profundo viés antiamericano”.
Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump também retirou os EUA da organização. Nikki Haley,embaixadora do país na ONU na época, acusou o conselho de "preconceito crônico contra Israel". Já em 2021, Joe Biden recolocou os EUA novamente no Conselho de Direitos Humanos.
Já em relação à UNRWA, Trump reforçou o discurso de Netanyahu de que a agência estaria "envolvida em atividades terroristas contra Israel". Os EUA já havia suspendido o financiamento ao órgão em janeiro de 2024 junto a outros países após Israel acusar que funcionários da organização haviam participado dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Trump retira EUA da OMS
Ao tomar posse no dia 20 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva determinando que o país se retire da Organização Mundial da Saúde (OMS). O decreto foi assinado em meio a uma série de ações subscritas por ele no Salão Oval. “Essa é uma das grandes”, disse Trump, antes de assinar o documento.
A relação de Trump com a OMS é ruim desde 2020, quando ele atacou a agência por conta de sua abordagem em relação à pandemia do coronavírus e ameaçou bloquear o financiamento dos Estados Unidos à entidade. Depois que ele perdeu a eleição, no mesmo ano, o rompimento não se materializou.
Segundo o The New York Times, entre as consequências para da decisão está o fato de o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estadunidense não poder ter mais acesso aos dados globais que a agência fornece. Quando a China caracterizou a sequência genética do novo coronavírus em 2020, ela liberou as informações para a OMS, que as compartilhou com os demais países para o desenvolvimento de pesquisas, inclusive para os próprios EUA.
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OMS terá que cortar US$ 400 milhões do orçamento após saída dos EUA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda-feira (3), que será obrigada a fazer um corte de US$ 400 milhões no orçamento após o presidente Donald Trump retirar os Estados Unidos, maior investidor, da organização.
A medida foi anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a abertura da reunião anual do conselho executivo da entidade. Ele afirmou que a OMS terá que realizar uma série de cortes e priorizar programas da organização. Na reunião, os países participantes do conselho executivo propuseram um corte de US$ 400 milhões do orçamento de 2026-2027.
Trump anuncia que os EUA “tomaram a Faixa de Gaza”
Numa coletiva de imprensa realizada na Casa Branca, em Washington, no início da noite desta terça-feira (4), Donald Trump, ao lado de Benjamin Netanyahu, afirmou que a Faixa de Gaza agora pertence aos EUA.
O anúncio inacreditável gerou espanto nos jornalistas de todo o mundo que cobriam o evento. Sem cerimônias e ao arrepio das leis internacionais, o mandatário da maior potência militar do planeta simplesmente revelou que o território palestino foi tomado na mão grande por seu país. Ele prometeu ainda “trabalhar” ao lado do premiê israelense pela “reconstrução” da área.
“Os EUA tomarão conta da Faixa de Gaza, e nós faremos um trabalho com ela também... Nós tomaremos posse e seremos responsáveis por desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas de lá, nivelar o local e nos livrar dos edifícios destruídos... Criar um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para as pessoas da área. Fazer um trabalho de verdade. Fazer algo diferente”, disse Trump.
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