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Trump mentiu: Panamá nega que navios do EUA vão transitar de graça no canal

Departamento de Estado segue Casa Branca, mente e toma invertida de autoridades panamenhas

Trump mente sobre o Canal do PanamáCréditos: Montagem/NARA/Casa Branca/Wikimedia Commons
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A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) desmentiu nesta quarta-feira (5) a afirmação do Departamento de Estado dos Estados Unidos de que embarcações governamentais americanas estariam isentas de taxas para transitar pela via interoceânica.

"A Autoridade do Canal do Panamá, responsável pela definição de tarifas e taxas para a travessia, informa que não realizou nenhuma alteração nas cobranças", declarou o órgão em comunicado.

Mais cedo, o Departamento de Estado dos EUA havia anunciado que navios governamentais do país poderiam atravessar o canal sem custos.

"O governo do Panamá concordou em não cobrar taxas das embarcações governamentais dos EUA para transitar pelo Canal do Panamá", afirmou a chancelaria norte-americana em publicação na plataforma X.

A medida, segundo o órgão, economizaria milhões de dólares anuais aos cofres americanos. O problema é que eles se esqueceram de combinar com a autoridade panamenha sobre o canal.

Negociações em curso

O anúncio ocorreu após reunião entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o presidente panamenho, José Raúl Mulino, no último domingo.

Durante o encontro, Rubio teria argumentado que os EUA não deveriam pagar pelo uso do canal, uma vez que garantem sua segurança.

Desde a eleição presidencial de novembro, Donald Trump tem levantado dúvidas sobre a gestão do canal, sugerindo até mesmo retomar o controle da via, devolvida ao Panamá em 1999.

O republicano também acusa a China de influência excessiva na infraestrutura panamenha e teme um eventual bloqueio da passagem.

Apesar das tensões, Mulino negou qualquer interferência chinesa e anunciou a saída do Panamá da Iniciativa do Cinturão e Rota, projeto de infraestrutura global da China, uma concessão bastante simbólica ao governo dos EUA, mas aparentemente insuficiente para o presidente Donald Trump, que segue em sua ofensiva de mentiras contra países em todos os continentes do globo.

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