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Conheça os parceiros libertários de Milei no golpe da $LIBRA

Quem faz parte da panelinha de "visionários" que arquitetou o "milagre econômico" que durou apenas 15 minutos; criptomoeda promovida pelo presidente da Argentina desaba, investidores perdem milhões, e governo tenta apagar rastros

Conheça os parceiros libertários de Milei no golpe da $LIBRA.Javier Milei e os libertários do golpe da $LIBRA: Hayden Mark Davis, Julian Peh e Mauricio NovelliCréditos: Reprodução X
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O governo de Javier Milei parece um reality show, e o golpe da $LIBRA é o episódio mais caótico até agora. Não é todo dia que um presidente turbina uma criptomoeda meme, vê seu valor disparar para US$ 4,5 bilhões em minutos, despencar logo depois, apaga o post da vergonha e tenta se desvencilhar do fiasco como se nada tivesse acontecido.

Agora, o drama da Casa Rosada envolve uma panelinha de libertários visionários, parceiros do presidente no milagre econômico que durou apenas 15 minutos.

Os parceiros de Milei

Reprodução X - Davis e Milei

O empresário Hayden Mark Davis, da Kelsen Ventures, surgiu em um vídeo indignado. Em sua versão dos fatos, a culpa do fiasco não é dos especuladores, nem do fato de que 82% da oferta estava concentrada em apenas cinco carteiras digitais. O verdadeiro culpado, segundo ele, foi o próprio Milei, que “traiu” o projeto ao apagar sua postagem e retirar o apoio.

"Milei havia garantido suporte contínuo à $LIBRA, mas depois simplesmente sumiu. Isso gerou pânico entre investidores e uma venda em massa do token", lamentou Davis, prometendo reinvestir até US$ 100 milhões para recuperar a criptomoeda.

Reprodução X - Julian Peh e Milei

Outro "visionário" da história é Julian Peh, CEO da KIP Protocol, que conseguiu convencer Milei a apoiar publicamente seu projeto “Viva La Libertad”, supostamente voltado para o financiamento de pequenas empresas via blockchain. Coincidentemente, o site do projeto foi registrado no mesmo dia do lançamento da $LIBRA, e a criptomoeda surgiu minutos antes do post de Milei.

Reprodução X - Novelli e Milei

O empresário Mauricio Novelli, também ligado ao setor de criptoativos, foi recebido oficialmente por Milei em outubro de 2024, em um encontro registrado nos documentos públicos da Casa Rosada. O governo argentino os tratou como grandes inovadores, até que o castelo de cartas desmoronou.

O presidente, que se autoproclama um gênio da economia e defensor do livre mercado, aparentemente não sabia de nada sobre a criptomoeda que estava promovendo. 

Reprodução X

Demorou quatro horas para perceber que talvez fosse um erro divulgar um investimento sem entender seus detalhes.

A justificativa oficial de Milei:

"Não estava ciente dos pormenores do projeto e, depois de me informar, decidi não dar mais divulgação (por isso apaguei o tweet)."

Agora, a Oficina Anticorrupção da Casa Rosada abriu uma “investigação urgente” sobre o lançamento da $LIBRA. O governo criou uma Unidade de Investigação sobre Criptoativos, para tentar entender o golpe em que o próprio presidente se meteu.

Enquanto isso, a oposição cogita um processo de impeachment.

Os lesados e o estrago financeiro

Enquanto Milei e seus parceiros cripto jogam a culpa uns nos outros, os investidores que caíram na armadilha amargam perdas gigantescas.

A cotação da $LIBRA caiu para US$ 0,45, muito longe dos quase US$ 5 que atingiu no frenesi inicial. Os maiores prejudicados foram investidores dos Estados Unidos, China e países árabes, já que na Argentina a criptomoeda teve pouca negociação.

Um dos investidores frustrados viralizou nas redes sociais ao ameaçar Milei em um acesso de fúria.

No final das contas, Milei virou garoto-propaganda de um golpe internacional, enquanto sua base de apoiadores ainda tenta entender o que aconteceu.

Denúncia de crime

Neste domingo (16) Milei foi denunciado penalmente por suposta participação em um golpe financeiro com a criptomoeda $LIBRA, que causou um prejuízo estimado em US$ 4 bilhões a mais de 40 mil investidores. 

A denúncia, liderada pelo economista Claudio Lozano, líder do partido Unidade Popular, e um grupo de especialistas, acusa Milei de integrar uma "associação ilícita" e pede o bloqueio de contas bancárias e carteiras digitais, além da apreensão de equipamentos eletrônicos na Casa Rosada.

A denúncia também inclui nomes próximos ao presidente, como Julián Peh (CEO da Kip Protocol), Agustín Laje (influenciador libertário) e Martín Menem (presidente da Câmara dos Deputados).

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