UCRÂNIA

Paz na Ucrânia? Europa desafia Trump e Zelensky faz denúncia grave sobre Chernobyl

Após uma semana de avanços significativos nos debates de paz, panorama do conflito pode mudar

Proteção do reator 4 da Usina de Chernobyl
Proteção do reator 4 da Usina de ChernobylCréditos: Wikipedia
Escrito en GLOBAL el

Nesta semana, tudo indicava que uma negociação para a paz na Ucrânia aconteceria. Donald Trump e Vladimir Putin trocaram telefonemas, definiram um local para negociar a paz, enquanto o Pentágono garantiu que a Ucrânia ficaria longe da OTAN. Tudo parecia avançar tranquilamente.

Mas a Europa, uma das grandes investidoras no lado ucraniano, afirmou que não é possível haver uma negociação de cessar-fogo na Arábia Saudita sem a presença de Volodymyr Zelensky na mesa.

Mesmo que Zelensky não seja lá muito respeitado por Donald Trump e nem por Vladimir Putin, os países europeus — talvez a parte menos interessada no fim do conflito — deixaram claro que querem que o regime ucraniano participe das negociações. Keir Starmer, premiê britânico, Emmanuel Macron, presidente francês, e Olaf Scholz, chanceler demissionário alemão, reforçaram a ideia em uníssono.

Trump deixou claro que haveria representantes de Kiev na mesa de negociações, mas não confirmou a presença de Volodymyr Zelensky nas conversas. Putin, por outro lado, estaria envolvido mais diretamente no acordo.

Chernobyl sob ataque?

Os avanços significativos desta semana foram impactados por uma notícia do conflito. Kiev afirmou que o sarcófago da usina de Chernobyl, na Ucrânia, foi atingido por um drone russo.

As imagens divulgadas pela imprensa ucraniana mostram uma parte do sarcófago atingida, mas, segundo as autoridades, não há risco de acidente nuclear ou alteração dos níveis de radiação da região.

A usina onde ocorreu a maior tragédia nuclear da história chegou a ser um ponto do conflito em 2022, tendo sido controlada pelas tropas russas durante um possível cerco a Kiev, mas foi rapidamente abandonada pelas forças de Moscou.

A região de Chernobyl não faz parte dos interesses russos de curto e médio prazo na Ucrânia. Os esforços estão limitados às províncias de Kharkiv, Donetsk e Lugansk, além da região de Sudzha, dentro do território russo. As distâncias dos conflitos terrestres variam entre 350 e 650 quilômetros de Chernobyl.

A Rússia nega ter operado um ataque à usina nuclear, e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, indicou que poderia se tratar de uma operação de falsa bandeira.

Nesta sexta-feira (14), têm início as conversas da Conferência de Munique, na Alemanha, onde Zelensky e outras lideranças europeias, além do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, estarão presentes para discutir questões de defesa do continente.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar