A Tesla e seu CEO, Elon Musk, serão alvo de protestos planejados em diversas das suas concessionárias nos Estados Unidos neste sábado (15). A organização destas manifestações, aparentemente descentralizada, tem sido feita por meio das redes sociais.
Na plataforma online Action Network, utilizada para articular e promover ações políticas e mobilizações, como protestos, petições, campanhas de arrecadação de fundos e eventos, há uma campanha intitulada Tesla Takedown. Na página, estão agendadas manifestações em frente a showrooms da montadora de carros elétricos nos EUA.
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Seattle, Boston, Kansas City, Austin, Devon, Sacramento e Novo México são algumas das mais de vinte cidades com mobilizações agendadas no site.
"Venda seus Teslas, livre-se de suas ações, junte-se aos piquetes", convoca a campanha, defendendo que "prejudicar a Tesla é parar Musk" e "parar Musk ajudará a salvar vidas e nossa democracia". "Os riscos não poderiam ser maiores. Ninguém virá nos salvar - nem os políticos, nem a mídia", diz ainda o material.
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Movimento no Bluesky
No Bluesky, a organização dos protestos conta com o lema da campanha na Action Network como hashtag: #TeslaTakedown.
"Essa é a maior ferramenta de Elon Musk: alavancar o espetáculo on-line em percepções públicas que remodelam o mundo para seus fins tóxicos. Vamos pegar essa arma de volta!", defende, em seu perfil na rede social, o jornalista e analista conhecido por suas críticas à indústria automotiva, especialmente à Tesla, Edward Niedermeyer.
"Cada protesto #TeslaTakedown pode ser pequeno, mas, ao divulgá-los on-line, eles criam um espetáculo enorme e descentralizado de raiva e resistência", pontua ele, que também é autor do livro Ludicrous: The Unvarnished Story of Tesla Motors.
Mesmo antes do agendamento das manifestações, diversos sinais de insatisfação já podiam ser vistos em muitos lugares, como observa o membro do MIT Mobility Initiative David Zipper.
"Os donos de Tesla estão se esforçando para comprar adesivos de para-choque com mensagens como 'Cale a boca, Elon' e 'Comprei isso antes que Elon enlouquecesse'; ativistas estão rotulando os veículos de 'suásticas'. Grafites anti-Musk apareceram no mundo todo, de Fort Lauderdale, Flórida , a Wellington, Nova Zelândia , a Haia . Em Berlim, a polícia está tentando descobrir quem projetou uma imagem da saudação nazista de Musk junto com as palavras Heil Tesla na lateral da fábrica da Tesla na cidade", pontua, em artigo no Slate.
Queda nas vendas
As vendas da Tesla têm caído em diversos países e muitos especialistas acreditam que a aproximação de Musk com extremistas de direita tem afetado a marca.
Na Alemanha, os resultados caíram 59% em comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado vai na contramão do aquecimento das vendas de veículos elétricos na Alemanha, que cresceu 54% em janeiro. A participação de mercado da Tesla caiu de 14% para 4%.
E não foi só na Alemanha que a Tesla teve um desempenho ruim. Na Espanha, a redução de vendas chegou a 75,4%, e, na França, alcançou 63,4%. Também houve queda na Suécia (46%), Holanda (42,5%), Dinamarca (40,9%) e Noruega (40,2%).
No estado da Califórnia, o maior mercado para veículos elétricos nos EUA, a Tesla também viu as vendas de seus carros despencarem, analisando o desempenho em 2024. A companhia vendeu 12% a menos em comparação com 2023. Seu segundo veículo mais importante, o Model 3, teve redução de 36% no ano.