De LISBOA | As insistentes declarações descabidas de Donald Trump, presidente eleito dos EUA, que será empossado no próximo dia 20, sobre tomar à força a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, parecem ter azedado o clima entre a maior potência militar do mundo e seus aliados de primeira hora da União Europeia.
Nesta quarta-feira (8), as duas maiores potências do bloco europeu, Alemanha e França, do qual a Dinamarca também faz parte, reagiram com energia aos impulsos imperialistas do futuro ocupante da Casa Branca, dando origem a falas que até pouco tempo atrás seriam impensáveis entre os dos lados do Atlântico.
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“As fronteiras não podem ser movidas pela força”, disse Steffen Hebestreit, porta-voz do governo da Alemanha, numa clara referência às promessas de Trump de simplesmente pegar para os EUA um território onde há soberania da Dinamarca.
“Existe uma forma de imperialismo que se materializa de forma concreta tanto com declarações como a de Trump sobre a anexação de territórios inteiros como também digitalmente pela força de certos operadores globais, sejam americanos, chineses ou de outro lugar”, afirmou num tom ainda mais firme a porta-voz do governo francês Sophie Primas.
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No entanto, a reação mais enérgica e direta ficou por conta do ministro de Relações Exteriores do governo de Emmanuel Macron, Jean-Noël Barrot. Ele falou até em “se fortalecer militarmente”.
“Está fora de cogitação para a UE permitir que outras nações do mundo, sejam elas quais forem, ataquem suas fronteiras soberanas. Somos um continente forte. Precisamos acordar e nos fortalecer militarmente”, disse o chanceler francês.