EXPANSIONISMO

Trump não descarta ação militar para conquistar Groenlândia e Panamá

Canadá será pressionado a se tornar um estado

Expansionismo.Trump mira no Canadá e na Groenlândia para ter controle do Ártico e das rotas de navegação de meio mundoCréditos: Reprodução X
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O presidente-eleito Donald Trump, em entrevista coletiva faltando 13 dias para assumir o poder, disse hoje na Flórida que vai perdoar os golpistas que atacaram o Capitólio, um dia depois do ataque completar quatro anos.

Colocado na parede por uma jornalista, ele não disse se vai estender o perdão àqueles que atacaram policiais.

Frisou, no entanto, que a única vítima fatal do episódio foi Ashli Babbitt, uma golpista que definiu como "linda".

Falando sobre expansão territorial dos Estados Unidos, Trump afirmou que não descarta o uso de força militar para anexar a Groenlândia e o canal do Panamá.

Ele colocou em dúvida o direito da Dinamarca sobre a Groenlândia e disse que se trata de uma questão de "segurança nacional" para os Estados Unidos, fazendo referência à navegação de russos e chineses na região.

A entrevista aconteceu horas depois de o filho mais velho de Trump, Donald Jr., ter desembarcado em Kulu, a capital da Groenlândia, no que definiu como uma "visita privada".

O presidente-eleito sugeriu que os 56 mil habitantes da Groenlândia votem pela anexação aos Estados Unidos.

Trump ofende canadenses: só mais um estado

Trump afirmou que poderá aplicar tarifas contra a Dinamarca para pressionar o país a ceder o território.

Horas antes, o primeiro-ministro da Dinamarca, Mette Frederiksen, disse que a Groenlândia não está à venda, "nem estará no futuro".

Já o rei dinamarquês, Frederik, mudou o brasão real para dar maior destaque às duas possessões do país, a Groenlândia e as ilhas Faroe.

Sobre o Panamá, Trump definiu o canal como "vital" para os Estados Unidos, afirmou que está sendo operado pela China e disse que a decisão de Jimmy Carter de entregar o controle ao Panamá em 1999 foi "horrível".

Também neste caso, o presidente-eleito não descartou o uso de força militar para retomar o controle do canal.

Trump fez referência aos 38 mil mortos na construção do canal, como se fossem estadunidenses. O número é motivo de polêmica, mas é certo que a maioria era de trabalhadores do próprio Caribe.

Sobre o Canadá, Trump disse que usará "força econômica" para convencer o vizinho a abolir as fronteiras e se tornar um estado.

De acordo com o futuro ocupante da Casa Branca, os Estados Unidos fornecem segurança ao Canadá, que custaria U$ 200 bilhões anuais aos cofres estadunidenses -- sempre nas contas nem sempre verificáveis de Trump.

Ele disse que os EUA não precisam dos produtos que importam do vizinho -- citou automóveis, madeira e leite.

Para Trump, garantir a segurança do Canadá só faz sentido se o país se tornar mais um estado dos EUA.

Embora a maioria dos comentaristas não levem as declarações de Trump a sério, elas estão em linha com o histórico expansionismo estadunidense e a "diplomacia do porrete" já exercida pelo presidente Ted Roosevelt a partir de 1901.

O New York Times deixou de tratar o tema como piada e manchetou: "Um Trump encorajado sugere expansão territorial".

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