O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá assinar uma ordem executiva nesta quarta-feira (29) que visa deportar estudantes estrangeiros que se manifestaram em defesa de palestinos e contra o genocídio de Israel em outubro de 2023. A medida faz parte de uma série de decretos para combater o antissemistismo no país, segundo a Casa Branca.
A ordem prevê "ação imediata" do Departamento de Justiça para processar "ameaças terroristas, incêndios criminosos, vandalismo e violência contra judeus americanos", além de mobilização de recursos federais para combater o que Trump chamou de "explosão do antissemitismo em nossos campi e ruas" desde o início do confronto entre Israel e Hamas em 7 de outubro de 2023.
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"A todos os estrangeiros residentes que se juntaram aos protestos pró-jihadistas, nós os colocamos em aviso: em 2025, nós os encontraremos e os deportaremos. Eu também cancelarei rapidamente os vistos de estudante de todos os simpatizantes do Hamas nos campi universitários, que foram infestados com radicalismo como nunca antes", afirma Trump no comunicado.
O decreto exigirá que as agências e departamentos forneçam à Casa Branca recomendações sobre autoridades criminais e civis que poderiam ser usadas para combater o antissemitismo em um prazo de 60 dias. Além disso, irá exigir "a remoção de estrangeiros residentes que violarem nossas leis".
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A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ainda afirmou em entrevista à TV Fox News, que Trump irá assinar uma ordem que encerrará "o financiamento para escolas públicas que apoiam a teoria crítica da raça e outras medidas decisivas em seus currículos". A ordem também prevê eliminar a "ideologia de gênero" das escolas.
As medidas anunciadas fazem parte da nova política ainda mais radical de Trump contra imigrantes, pessoas LGBTQIAPN+ e outras minorias nos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, o presidente fez uma série de ataques contra esses grupos. Ele também prometeu que iria deportar todos os estudantes com vistos que seriam "pró-Hamas", como chamou.
Os alunos declararam na época do protesto que não estavam defendendo o Hamas, mas sim se posicionando em defesa da Palestina e contra o ataque de Israel a Gaza, que já matou mais de 47 mil palestinos desde o início do confronto.
Trump brinca de Banco Imobiliário e sugere esvaziar Gaza de palestinos
O presidente Donald Trump abraçou oficialmente um dos objetivos da direita mais extrema e religiosa de Israel, que não é cogitado publicamente nem pelo governo de Benjamin Netanyahu: esvaziar Gaza de sua população.
Ele sugeriu isso em conversa telefônica com o rei Abdullah da Jordânia e afirmou que faria o mesmo ao conversar com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, conforme revelou a jornalistas que o acompanhavam a bordo do avião presidencial Air Force One.
"Quase tudo foi demolido e as pessoas estão morrendo lá. Então, prefiro me envolver com algumas nações árabes e construir moradias em um local diferente, onde talvez eles [palestinos] possam viver em paz, para variar", disse Trump.
Trump afirmou que a "moradia" poderia ser provisória ou de longo prazo.
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Imigrantes arrancados de casa após ordens de Trump
Com uma semana de mandato o presidente dos EUA, Donald Trump, já conseguiu pelo menos uma coisa em relação às suas tão propaladas políticas anti-imigração: instalar o medo. Fazendo disso seu principal “teatro”, o líder da extrema direita norte-americana determinou uma cota mínima de prisões de estrangeiros ilegais, pelo menos 1.200 por dia em todo o território nacional, o que fez com que os órgãos responsáveis pelas detenções saíssem como loucos principalmente nas grandes cidades para apanhar o máximo possível de pessoas.
Agora, imagens que circulam nas redes sociais e que ganham as manchetes de veículos de imprensa de todo o mundo, mostram imigrantes sendo arrancados de casa à força por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos, chamado pela sigla em inglês ICE. Os flagrantes são em sua maioria de Chicago, no estado de Illinois.
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