O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta segunda-feira (27) que proíbe que pessoas transgênero sirvam às Forças Armadas. O documento acaba com o programa de inclusão e diversidade do Pentágono. O presidente extremista afirmou que a medida visa combater a "ideologia transgênero".
"Para garantir que vamos ter a força de combate mais letal do mundo, eliminaremos a ideologia transgênero de nossas Forças Armadas", afirmou Trump a congressistas.
Te podría interesar
Trump ainda declarou que a "a adoção de uma identidade de gênero inconsistente com o sexo de um indivíduo entra em conflito com o comprometimento de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, inclusive em sua vida pessoal". O presidente também afirma que as Forças Armadas "têm sido afligidas com uma ideologia de gênero radical para apaziguar ativistas" e que "muitas condições de saúde mental e física são incompatíveis com o serviço ativo".
O decreto anunciado por Trump faz parte da política extremista e conservadora do presidente, que declarou guerra à população LGBTQIAPN+ dos Estados Unidos. Em seu primeiro mandato, ele chegou a assinar um documento semelhante em que proibia que pessoas trans ou em processo de transição servissem às Forças Armadas. No entanto, foi recomendado que pelo menos quem já estivesse no serviço militar e que não tivesse sido afastado por questões médicas ligadas à transgeneridade nos últimos 18 meses pudesse permanecer. Durante o governo de Joe Biden, a medida foi revogada.
Segundo o último levantamento, feito em 2018 pelo Instituto de pesquisa Palm Center, 14 mil pessoas trans servem às Forças Armadas nos Estados Unidos. O número representa somente 0,10% do total efetivo dos grupos militares.
Donald Trump declara guerra às LGBT e instaura clima de medo e terror
Na reta final de sua campanha à presidência da República, o então candidato Donald Trump disparou ataques contra a comunidade LGBT+ e, em específico, contra as pessoas transexuais, afirmando durante um comício no Madison Square Garden que iria "tirar a insanidade trans das escolas e manter os homens trans fora dos esportes femininos".
À época, muitos analistas afirmaram que as falas de Trump contra a comunidade LGBT+ dos EUA eram "bravatas" e que, possivelmente, não levaria tais ações adiante. Ledo engano. Em seu discurso de posse, ocorrido na segunda-feira (20), o novo presidente dos EUA voltou a disparar contra as pessoas trans:
"Esta semana também porei fim à política governamental de tentar incorporar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada. Vamos forjar uma sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino."
Algumas horas depois de seu discurso de posse e já instalado na Casa Branca, o presidente Donald Trump assinou uma série de Ordens Executivas (semelhantes às Medidas Provisórias do Brasil) e, com uma canetada, revogou todas as portarias pró-LGBT+ e de direitos humanos do governo de Joe Biden (2021-25), impondo medidas transfóbicas e racistas. São elas:
- 1 - Eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão no setor público.
- 2 - Fim da obrigatoriedade de treinamentos de diversidade em agências federais.
- 3 - Redefinição oficial de gênero baseada no sexo biológico.
- 4 - Proibição de financiamento federal para cuidados médicos de transição de gênero.
- 5 - Restrição ao uso de banheiros públicos conforme identidade de gênero.
- 6 - Cancelamento da obrigatoriedade de seguro-saúde cobrir contraceptivos.
- 7 - Redução de políticas de combate à discriminação no local de trabalho.
- 8 - Fim do financiamento para pesquisas sobre equidade racial.
- 9 - Revogação do reconhecimento de identidade de gênero não-binária em documentos oficiais.
- 10 - Cancelamento da proteção de direitos para estudantes LGBTQ+ em escolas públicas.
LEIA MAIS: Donald Trump declara guerra às LGBT e instaura clima de medo e terror