O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se manifestou por meio das redes sociais neste domingo (26) afirmando que desautoriza a entrada no país de aviões militares vindos dos Estados Unidos com imigrantes deportados.
“Um imigrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece. É por isso que mandei de volta os aviões militares dos EUA que vieram com migrantes colombianos. Não posso obrigar os migrantes a permanecer em um país que não os quer; mas se esse país os devolver, deve ser com dignidade e respeito por eles e por nosso país. Receberemos nossos cidadãos em aviões civis, sem tratá-los como criminosos", pontuou o presidente colombiano em seu perfil no X.
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A mensagem de Petro foi publicada às 3h41 da manhã deste domingo, mas 34 minutos antes ele havia postado outra mensagem em sua conta na rede social na qual afirmava: "Às 6h45, o primeiro avião chegará com os deportados colombianos dos Estados Unidos. Outro avião chegará por volta das 10 horas, vamos recebê-los com bandeiras e flores". A postagem foi apagada.
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Fontes da Embaixada dos Estados Unidos na Colômbia ouvidas pelo site El Colombiano apontam que, a partir desta segunda-feira (27), estará fechada a seção de concessão de vistos para os EUA no país.
A decisão seria uma resposta à ordem de proibição da entrada de aviões estadunidenses com deportados colombianos.
Petro, Trump e a América Latina
Em uma das coletivas concedidas no dia de sua posse, Donald Trump desdenhou dos países da América Latina, afirmando que os Estados Unidos "não precisavam deles".
“(A relação com a América Latina) deve ser ótima. Eles precisam de nós muito mais do que nós deles. Não precisamos deles; eles precisam de nós. Todos precisam de nós”, disse Trump no Salão Oval da Casa Branca.
Na terça-feira (21), o presidente colombiano falou a jornalistas sobre a declaração do seu homólogo estadunidense. "Temos que esperar pelo desenvolvimento das relações e da política no planeta, não apenas nos Estados Unidos. Mas eu diria que o anúncio de que estamos sozinhos e que não nos importamos com a América Latina, etc., é um anúncio perigoso, não apenas para o mundo, mas para a própria sociedade norte-americana", disse Petro.
O mandatário colombiano assegurou ainda que “se enfraquece quem fica sozinho” e destacou que “mais do que nações, somos humanidade”. “Quando se faz uma proposta para consumir todo o carvão que existe, todo o petróleo que existe, imagine quem morre: toda a humanidade, inclusive a humanidade que vive nos Estados Unidos”, disse o presidente colombiano.