Os brasileiros deportados pelo governo de Donald Trump nesta sexta-feira (24) relataram uma série de violações, violências e maus-tratos durante o voo de retorno ao país. De acordo com relatos, a aeronave apresentou diversos problemas técnicos em vários pontos da viagem, precisando realizar pousos de emergência. Os brasileiros afirmam que, somente devido ao protesto que fizeram, a viagem não teve transtornos ainda maiores.
A aeronave partiu dos Estados Unidos com destino ao Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, mas fez um pouso de emergência em Manaus (AM), onde foram descobertas violações de direitos pelo governo brasileiro. Uma delas se refere ao fato dos deportados estarem algemados e acorrentados mesmo em solo brasileiro e sem apresentar perigo. Ao saber da situação, o presidente Lula (PT) deu ordens ao Ministério da Justiça para que interferisse no caso e retirasse as algemas e correntes, além de mandar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para terminar a operação.
Além disso, após acolhimento pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, os deportados relataram diversos casos de agressões físicas promovidos pelos agentes dos EUA durante o voo. Eles afirmaram que não era permitido ir ao banheiro, beber água e nem comer, além de serem agredidos a todo momento.
Um dos problemas técnicos do avião era a falha no ar-condicionado, o que fez algumas pessoas, entre elas crianças, passarem mal. Revoltados com a situação, os brasileiros afirmam que tiveram que forçar a saída de emergência para saírem da aeronave e pedir socorro à Polícia Federal quando estavam em solo, na cidade de Manaus.
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Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver os deportados em cima da asa da aeronave.
Um outro brasileiro fez uma entrevista na qual relata os ocorridos durante o voo e afirma que o avião soltava fumaça em diversos momentos. Segundo ele, foi devido ao protesto dos brasileiros que a aeronave não seguiu viagem com os problemas técnicos.
"Aquele avião ia cair. Nós que paramos aquele avião lá em cima, em Manaus. Nós salvamos aqueles caras lá [agentes dos EUA], eles iam morrer junto com 'nós'", diz. Ele afirma que um técnico ficou mais de duas horas tentando resolver os problemas do avião.
