Neste sábado (25), o bilionário Elon Musk fez uma aparição surpresa durante o comício do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) em Halle, no leste da Alemanha.
Em seu discurso por videoconferência, Musk elogiou a AfD, defendendo a preservação da cultura alemã e sugerindo que o partido é "a melhor esperança para um grande futuro da Alemanha". O evento reuniu cerca de 4.500 pessoas, com a participação da co-líder da sigla, Alice Weidel.
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Musk afirmou que "crianças não deveriam ser culpadas pelos pecados de seus pais ou bisavós", em referência ao passado nazista da Alemanha, e criticou o que chamou de "excesso de culpa histórica". Ele também reiterou sua posição contrária ao governo do chanceler Olaf Scholz, acusando-o de restringir a liberdade de expressão.
Polêmica durante no dia da posse de Trump
No dia 21 de janeiro, durante a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Musk fez um gesto que muitos interpretaram como uma saudação nazista. O bilionário colocou a mão sobre o coração e, em seguida, estendeu o braço direito para frente, provocando reações intensas na Alemanha.
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Michel Friedman, ex-vice-presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, classificou a ação como uma "provocação perigosa" e um possível apoio a grupos de extrema-direita. Friedman, cuja família foi vítima do Holocausto, expressou preocupação com o gesto e seu impacto.
O chanceler alemão Olaf Scholz, em discurso no Fórum Econômico Mundial, também condenou o episódio, reforçando que a liberdade de expressão não pode ser usada para legitimar ideologias extremistas.
Musk ocupa um papel estratégico no governo Trump como líder do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês). O objetivo do órgão é modernizar a tecnologia governamental, eliminar gastos desnecessários e simplificar regulações.
Nomeado para o cargo em 2024, Musk atua de forma não remunerada e conta com uma equipe de 20 pessoas no Edifício Executivo Eisenhower, próximo à Casa Branca. O DOGE tem prazo de operação até 4 de julho de 2026 e trabalha diretamente com agências federais para implementar suas iniciativas.
A nomeação e as recentes polêmicas envolvendo Musk têm alimentado debates internacionais sobre o papel de figuras públicas e empresariais em posições de influência política, especialmente em contextos de extrema sensibilidade histórica, como a Alemanha.
Protestos em massa contra a AfD
Enquanto Musk discursava para a extrema direita alemã, milhares de manifestantes se reuniram em diferentes cidades da Alemanha para protestar contra a crescente influência do AfD.
Em Berlim, cerca de 30 mil pessoas, segundo a polícia local, lotaram o entorno do Portão de Brandemburgo, entoando palavras de ordem como "Nós somos o cordão sanitário". Em Colônia, outras 40 mil pessoas se juntaram ao movimento, pedindo que os partidos democráticos mantenham o isolamento político da AfD no Bundestag.
Os protestos acontecem em meio à aproximação das eleições gerais, marcadas para 23 de fevereiro, nas quais a AfD aparece com 20% das intenções de voto, um recorde histórico para o partido.