O maior iceberg do mundo, conhecido como A-23A, que mede cerca de 1.967 km², está em rota de colisão com uma ilha britânica remota, de acordo com dados do U.S. National Ice Center, que categoriza e registra as coordenadas de icebergs antárticos e árticos.
Em 16 de janeiro, o A-23A estava a apenas 290 quilômetros das ilhas de Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, localizadas no extremo sul do Oceano Atlântico, que abriga pesquisadores e estações científicas e militares (mas não tem residentes civis).
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As ilhas são territórios ultramarinos britânicos.
O A-23A, inicialmente parte da plataforma de gelo Filchner-Ronner, tem sofrido um desprendimento de longa data, iniciado em 1986, e agora é um fragmento gigante a transitar por correntes oceânicas. Foram necessários mais 30 anos para que começasse a se mover mais para o norte — ele estava restrito, inicialmente, pelas densas camadas de gelo marinho que o circundavam, mas a aceleração do descolamento fez com que se distanciasse da plataforma e se aproximasse do território insular, movimento registrado há cinco anos (em 2020).
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A Geórgia do Sul é lar de diversas colônias de pinguins, e abriga espécies como os Aptenodytes patagonicus, os Pygoscelis papua e os Eudyptes chrysolophus, além de focas e albatrozes.
O A-23A estava "preso", até pouco tempo atrás, em uma região ao norte das ilhas Órcades do Sul, que se interpõem entre a Geórgia do Sul e o continente antártico, ao norte da Península Antártica. Mas, em dezembro do ano passado, ele se desprendeu por completo, e agora tem perdido grandes volumes de gelo ao se mover sobre águas mais quentes que as do ártico.
Agora, espera-se que o maior iceberg do mundo seja transportado pelas correntes marítimas até a Passagem de Drake, que conecta o Atlântico ao Pacífico, conhecida como "o lugar para onde os icebergs vão para morrer".
A maioria dos icebergs que "desemboca" na Passagem é levada pela Corrente Circumpolar Antártica, que os move em direção ao norte.
É difícil prever a trajetória dos icebergs, e eles podem derreter antes de causar qualquer estrago maior, mas a proximidade atual do A-23A tem causado preocupação em equipes estacionárias da Geórgia do Sul.
"Os icebergs são inerentemente perigosos", disse o capitão de um navio na região insular, Simon Wallace, à BBC. "Eu ficaria muito feliz se ele só passasse por nós".