A tensão entre Ucrânia e Eslováquia atingiu um novo patamar após declarações polêmicas do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que acusou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de "mendigar pela Europa" e de recorrer ao "chantagem" para obter apoio financeiro.
O conflito diplomático intensificou-se após o fim do acordo de trânsito de gás entre Rússia e Ucrânia em 1º de janeiro, o que interrompeu o fornecimento de gás russo para a Eslováquia e outros países europeus.
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Kiev decidiu bloquear o gás unilateralmente, em uma decisão que pode custar até 70 bilhões de euros à União Europeia. A resposta prometida por Fico será o bloqueio futuros pacotes financeiros para a Ucrânia caso a situação não seja resolvida.
“Não há motivos para tolerar as aventuras de Zelensky”, rebateu Fico, acrescentando que seu país não está em guerra e não deveria arcar com o peso das decisões de Kiev.
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Em resposta, Zelensky criticou Fico, sugerindo que o líder eslovaco está mais focado em "planos obscuros" com Moscou do que em fortalecer a União Europeia.
“É um desafio para ele passar de um hotel de luxo no Vietnã para lidar com os problemas reais de seu país”, disparou o presidente ucraniano, referindo-se às férias recentes de Fico.
Fico foi eleito para o cargo de primeiro ministro em outubro de 2023 e sofreu uma tentativa de assassinato em maio do ano passado. Vencedor das eleições nacionais em uma plataforma anti-UE e anti-OTAN, mas com prerrogativas de esquerda, o primeiro-ministro tem sido uma voz ativa contra o financiamento à guerra na Ucrânia desde 2023.